Chuvas fortes

Previsão de chuva em Petrópolis aumenta preocupação com deslizamentos

A previsão ainda é de chuva fraca a moderada, reforçando a preocupação com novos deslizamentos na cidade, uma vez que o solo está encharcado

Tragédia em Petrópolis - Carl de Souza/ AFP

A previsão do tempo para hoje em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, ainda é de chuva fraca a moderada, reforçando a preocupação com novos deslizamentos na cidade, uma vez que o solo está encharcado.

De acordo com a Secretaria de Estado de Defesa Civil, as precipitações podem ocorrer a qualquer momento, por isso o município segue em estágio operacional de crise. A pasta orientou a população para que fique atenta aos informes e alertas que podem ser atualizados a qualquer momento. Em caso de emergência as pessoas devem ligar para o 199.

Segundo a Defesa Civil municipal, “a passagem de uma frente fria pelo oceano, em conjunto com as instabilidades geradas pelo aquecimento diurno, mais a disponibilidade de umidade” foram as causas da chuva muito forte no primeiro distrito do município de Petrópolis no período entre a tarde e a noite de ontem (15). 

No Alto da Serra foram registrados 125.8 mm por hora e o acumulado pluviométrico atingiu 259.8 mm em 4h, em São Sebastião. “Durante a madrugada e manhã de quarta-feira (16) não houve registro de chuva significativa na cidade”, informou em nota

“Hoje, devido à elevada disponibilidade de umidade e ao aquecimento diurno, há previsão de pancadas de chuva moderada isoladas à tarde e noite para o Município de Petrópolis.”

Ações

Para o governador Cláudio Castro, que chegou ontem à noite em Petrópolis para acompanhar os trabalhos das equipes onde ocorreram desabamentos e alagamentos, o município passa por uma situação "quase de guerra".

Entre as ações que estão sendo realizadas, a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Obras mobilizou equipamentos com 20 caminhões, 20 retroescavadeiras, 10 escavadeiras hidráulicas, 5 caminhões vacoll e 10 carros pipas. Os equipamentos e veículos estão sendo usados para limpeza das vias e remoção de entulhos e lama.

Na área de atendimento médico, dois caminhões com medicamentos e insumos da Secretaria Estadual de Saúde estão na cidade. A remoção de pacientes e ações de socorro estão sendo feitas por oito ambulâncias.

“A Central Estadual de Regulação está empenhada para transferências imediatas. Há doses extras de vacinas antitetânicas e equipes estão mobilizadas para emissão de certidões de óbitos”, informou o governo fluminense.

Cadastramento

O cadastramento das famílias desalojadas e desabrigadas está sendo feito pelas equipes da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos. A documentação para os moradores que perderam os seus bens ficou a cargo do Núcleo de Assistência ao Cidadão.

Os Batalhões da Polícia Militar em todo o estado operam como pontos de recebimento de doações para as vítimas da chuva. As maiores necessidades do momento são água mineral e itens de higiene pessoal.

A Polícia Civil montou uma força-tarefa com os setores de perícia, cartório, delegacias da Região Serrana para atender vítimas e famílias atingidas. O esquema conta ainda com apoio terrestre e também de dois helicópteros, para ajudar no resgate e auxiliar a Defesa Civil. “Uma estrutura para identificação dos corpos foi montada no Posto Regional de Polícia Técnica Científica de Petrópolis”, disse.

O atendimento especializado às famílias que buscam informações de desaparecidos e registros de ocorrência ficou sob a responsabilidade da Delegacia de Descoberta de Paradeiros. As famílias estão sendo acolhidos e atendidos na Sala Lilás do posto.

De acordo com a Secretaria de Defesa Civil de Petrópolis, até as 12h30 havia 258 ocorrências, sendo 213 por deslizamentos e 45 entre desabamentos, quedas de muros e árvores.

Luto

A prefeitura decretou luto oficial por três dias na cidade, em respeito às vítimas. O município segue em alerta máximo, no estágio operacional de crise. A prefeitura decretou estado de calamidade pública por causa do número de mortes e ocorrências.

Conforme a Defesa Civil, até o início da tarde havia 372 pessoas acolhidas em 33 pontos de apoio instalados em escolas da rede pública. As aulas foram suspensas hoje. “A população recebe todo o suporte de assistentes sociais, profissionais de saúde, educação, agentes comunitários, além da Defesa Civil. A prefeitura realiza todo o atendimento às famílias e consolida as informações de pessoas desabrigadas e desalojadas”, informou a pasta.

As localidades onde ocorreram registros de maior gravidade, segundo a Secretaria de Defesa Civil de Petrópolis, são 24 de Maio, Morro da Oficina, Caxambu, Sargento Boening, Moinho Preto, Rua Uruguai, Rua Washington Luiz, Coronel Veiga, Vila Militar, Vila Felipe, Avenida Portugal e Rua Honorato Pereira.

Segundo o órgão, o governo estadual oferece suporte com o fornecimento de colchonetes, alimentos, água, produtos de higiene pessoal e demais suprimentos necessários para atender as necessidades da população no momento.