Justiça

Procurador pede que MPF apure declarações de Sérgio Camargo sobre morte de congolês Moïse Kabagambe

O documento foi assinado pelo procurador federal Carlos Alberto Vilhena e encaminhado ao MPF-DF, que teria a competência de apuração no caso.

Sérgio Camargo - Reprodução/Twitter

 A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão pediu para o Ministério Público Federal (MPF) apurar as declarações do presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, sobre a morte do congolês Moïse Kabagambe em um quiosque da Barra da Tijuca, no Rio. Em ofício encaminhado nesta terça-feira, dia 16, o órgão cobrou a apuração da conduta de Camargo nas esferas civil, criminal e administrativa.

O documento foi assinado pelo procurador federal Carlos Alberto Vilhena e encaminhado ao MPF-DF, que teria a competência de apuração no caso. No Twitter, Sérgio Camargo se referiu ao congolês como "vagabundo":

"Moise andava e negociava com pessoas que não prestam. Em tese, foi um vagabundo morto por vagabundos mais fortes. A cor da pele nada teve a ver com o brutal assassinato. Foram determinantes o modo de vida indigno e o contexto de selvageria no qual vivia e transitava", escreveu o presidente da Palmares no dia 11 de fevereiro.
 

As declarações de Camargo foram feitas por meio do Twitter, onde o presidente da Fundação Palmares tem cerca de 30 mil seguidores. Para o procurador Carlos Alberto Vilhena, que assina o oficio enviado ao MPF-DF, as falas podem ter ferido a honra do morto e devem ser apuradas, tanto na esfera civil quanto penal.

Ainda segungo o procurador, a conduta de Camargo contraria as finalidades especificadas em lei da entidade que comanda, como "promover a preservação dos valores culturais, sociais e econômicos decorrentes da influência negra na formação da sociedade brasileira".

As declarações de Camargo, feitas pelas redes sociais, causaram indignação e fizeram o presidente da Comunidade Congolesa no Brasil pedir a sua exoneração.