EUA acusa Moscou de fabricar pretexto para invadir a Ucrânia
Acusação ocorreu após mídia russa fazer alegações sobre possível "genocídio" e a presença de valas comuns na região de Donbas
O Departamento de Estado dos Estados Unidos afirmou, nesta quarta-feira (16), que a Rússia está tentando criar um "pretexto" para invadir a Ucrânia, por meio de alegações infundadas sobre "genocídio" e a presença de valas comuns na região de Donbas (leste).
A mídia russa publicou nesta semana artigos e fotos de supostas valas comuns em Donbas, uma região controlada por separatistas alinhados a Moscou que combatem as forças ucranianas desde 2014.
Na terça-feira, o presidente russo, Vladimir Putin, acusou Kiev de cometer "genocídio" em Donbas.
O porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, afirmou que Moscou fabricou essas alegações como desculpa para invadir a Ucrânia.
"Ao longo de várias semanas, também vimos autoridades russas e a mídia russa publicar vários artigos na imprensa, qualquer um dos quais poderia servir de pretexto para uma invasão", disse Price.
Essas acusações, também espalhadas nas redes sociais, incluem genocídio, valas comuns e a possibilidade do governo ucraniano usar armas químicas contra a população de Donbas.
"Não há base de verdade para nenhuma dessas alegações", insistiu Price, que lembrou que antes da invasão russa da região da Crimeia, na Ucrânia, em 2014, Moscou também acusava Kiev de perseguir pessoas na região, muitas das quais falam russo.
Na Casa Branca, a secretária de imprensa, Jen Psaki, classificou as acusações de Moscou de artimanhas. "Estamos em um ponto em que acreditamos que um ataque pode ocorrer a qualquer momento e que seria precedido por um pretexto fabricado", afirmou.