Governador do Rio promete retirar pessoas de áreas de risco em Petrópolis 'doa a quem doer'
O prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, afirmou que a estimativa é que haja 10 mil famílias em áreas de risco na cidade
Em Petrópolis, o governador do Rio, Cláudio Castro, disse, em entrevista na tarde desta quarta-feira, que pretende fazer um trabalho “que não é fácil”, a retirada de famílias que moram em áreas de risco. Um temporal que caiu nesta terça-feira deixou dezenas de mortos no município.
— Teremos postura corajosa e desmedida para fazer o que precisa ser feito, doa a quem doer — afirmou o governador, que disse ainda que "o que a gente tem que entender é que há uma dívida histórica desde outras tragédias que tiveram. Foi sim um caráter excepcional duro. Foi a maior chuva desde 1932".
— Unir uma tragédia histórica com um déficit que realmente existe causou esse estrago todo. Que sirva de lição para que dessa vez a gente haja diferente — declarou Castro.
Pouco antes das 19h, Castro chegou ao Morro da Oficina, uma das áreas mais afetadas pela tempestade. As autoridades ainda não sabem quantas pessoas estão desaparecidas.
Mais cedo, em entrevista ao Globo, o prefeito de Petrópolis, Rubens Bomtempo, afirmou que a estimativa é que haja 10 mil famílias em áreas de risco na cidade, segundo o mapa elaborado pela Defesa Civil Municipal.
Rubens Bomtempo também esteve na entrevista coletiva e afirmou ainda que ainda não é possível saber qual é a dimensão total da tragédia:
— Foi um dia difícil, muito complicado, até para entender as alterações que ocorreram dentro do território. Até agora, não temos a dimensão total. Quero agradecer e dizer que amanhã vai ser um dia um pouco melhor, porque vamos ter uma eficiência maior.
De acordo com o governador Claudio Castro, são 78 mortes confirmadas, 21 pessoas resgatadas com vida, 372 desabrigados ou desalojados. No total, 89 áreas foram atingidas, 26 delas com deslizamentos. Mais de 180 moradores de áreas de risco foram acolhidos nas escolas da cidade. A Defesa Civil de Petrópolis informou que 439 pessoas foram acolhidas em pontos de apoio do município.
Ainda sobre a intenção de dar prioridade aos moradores de áreas de risco, Castro falou sobre o aluguel social, que definiu como "paliativo que virou permanente":
— Se for analisar o que já foi gasto (com aluguel social), poderiam ter sido construídas várias moradias.
O governador afirmou que, no ano passado, o estado investiu R$ 200 milhões em limpeza de rios de 25 municípios e mais de R$ 80 milhões em contenção de encostas. Na avaliação de Cláudio Castro, as sirenes funcionaram "muito bem", que teria evitado uma tragédia ainda maior.
- Muita gente conseguiu sair a tempo. Infelizmente, hoje ainda há pessoas que resistem a sair (das suas casas). A Defesa Civil Municipal está de parabéns, conseguiu salvar muitas vidas.