RIO DE JANEIRO

Para intervenções emergenciais em Petrópolis, serão necessários R$ 300 milhões, estima secretário

A prefeitura de Petrópolis ainda não consegue estimar o custo para a recuperação da cidade

Buscas dos Bombeiros em Petrópolis - Reprodução/Twitter - Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro

Diante do caos que se instalou em Petrópolis após o temporal da última terça-feira, devem ser necessários cerca de R$ 300 milhões apenas para as intervenções emergenciais na cidade. É o que estima o secretário estadual de Infraestrutura e Obras, Max Lemos. Ele ressalta, no entanto, que não se consegue ainda prever o volume total de recursos para recuperar a cidade após a nova tragédia.

— Estamos numa fase de levantamento. Não tenho como dar um número. É muito difícil — diz ele.

Quanto às ações emergenciais, o secretário cita algumas delas: a reconstrução de passarelas, a recuperação de galerias destruídas, a retirada de uma grande pedra na Rua Teresa, que ameaça rolar, e intervenções na encosta da Avenida 24 de Maio. A prefeitura de Petrópolis também ainda não consegue estimar o custo para a recuperação da cidade.

Só no comércio de bens, serviços e turismo da cidade, pesquisa feita pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ) estima que o temporal provocou um prejuízo acima de R$ 78 milhões aos empresários. A sondagem foi feita nos dias 16 e 17 de fevereiro e ouviu 245 comerciantes locais.

Segundo os dados divulgados nesta quinta-feira, 65,8% dos comerciantes tiveram perda ou queda de faturamento, e 32,4% tiveram seus estabelecimentos ou depósitos alagados. A chuva foi responsável pela interrupção de 27% do abastecimento de insumos necessários à atividade, enquanto 23,4% do comércio sofreu com a falta de funcionários.

Além disso, 22,5% dos empresários relataram danos na estrutura física do estabelecimento, e 20,7% afirmaram ter perdido mercadorias. A pesquisa mostrou ainda que 53,2% foram afetados em mais de uma forma.
 

Do total de 245 empresários entrevistados, 45,3% disseram ter o negócio afetado pelo temporal de terça-feira. Outros 54,7%, contudo, não foram afetados.

Não é a primeira vez, no entanto, que o Primeiro Distrito de Petrópolis, onde estão o Centro Histórico e bairros como o Quitandinha e o Alto da Serra, precisam ser reconstruídos devido às chuvas. Em 1988, após o temporais do início de fevereiro que deixaram ao menos 134 mortos e deixaram até o então prefeito ilhado, porque a água chegou a 1,5 metro no entorno da prefeitura, os prejuízos foram estimados na época em pelo menos CZ$ 500 milhões. 

Nos meses que se seguiram, um projeto chamado de “Seis Encostas” realizou contenções pontuais nos principais locais de acidentes da exurrada, como a Rua Casemiro de Abreu, no Centro, e nas ruas Pedro Nava e Pouso Alegre, na Cascatinha. Foi empreendido também o programa Reconstrução-Rio, que projetou mais de 500 intervenções em Petrópolis, incluindo obras de drenagem superficial, contenção, pavimentação de ruas e servidões hidráulicas. Na época, o projeto contou com recursos do Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (Bird).