Bolsonaro sobrevoa Petrópolis e deve anunciar ações para reconstrução: 'Imagem de quase guerra'
Segundo Bolsonaro informou em live na internet, a proposta da viagem é tomar conhecimento do que aconteceu, com mais profundidade, e anunciar as ações do governo federal
O presidente Jair Bolsonaro desembarcou na manhã desta sexta-feira em Petrópolis, Região Serrana do Rio. Acompanhado do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e de outros integrantes da equipe, ele saiu da base aérea do Galeão, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio, após viagem à Europa, e chegou à Serra por volta das 10h20.
Segundo Bolsonaro informou em live na internet, a proposta da viagem é tomar conhecimento do que aconteceu, com mais profundidade, e anunciar as ações do governo federal. Até o momento, a tragédia das chuvas na cidade deixou centenas de mortos e desaparecidos.
— Entrei em contato com ministros e falei como governador Claudio Castro, que me colocou a par do que estava acontecendo. Nós começamos a trabalhar em conjunto para diminuir o sofrimento dessas famílias e ver o que poderíamos fazer de concreto a partir daquele momento — disse Bolsonaro, no pronunciamento.
O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, comentou sobre a chegada de dois caminhões que funcionam como agências móveis. Além disso, segundo ele, 50 cidades brasileiras estão com liberação do FGTS no valor de até R$ 6.220, limitado pelo saldo. Além disso, Guimarães anuncou que a Caixa Econômica vai oferecer uma renegociação dos créditos, na parte imobiliária e também de micro e pequenas operações.
A agenda incluiu um sobrevoo sobre as áreas mais afetadas da cidade:
— Vimos pontos de uma intensa destruição, regiões onde existiam casas e um estrago causado pela erosão. É uma imagem quase de guerra. Tivemos noção da gravidade do que aconteceu aqui em Petrópolis — disse Bolsonaro, durante a coletiva. — Vamos colaborar para melhor o sofrimento dessas famílias.
— Nossa prioridade nesse primeiro momento é trabalhar nas frentes de trabalho de resgate às vítimas.Depois, liberar as principais artérias da cidade para garantir o retorno dos serviços essenciais, como a energia elétrica, o transporte público e a coleta de lixo. Também, concomitante, aclher as vítimas e todos os seus familiares. Estamos trabalhando em conjunto, amparados pelos governos estadual e federal — agradeceu Bontempo.
O governador do Rio, Claudio Castro, disse que os desabrigados estão sendo cadastrados no aluguel social para saírem dos abrigos públicos montados pela prefeitura. Ele destacou que está na cidade desde terça-feira.
— Nas pimeiras horas de quarta-feira chegaram mais de 200 máquinas para o trabalho de socorro e limpeza. Começamos a trabalhar de forma integrada. É importante dizer que não adianta ter gente demais aqui. A imprensa tem cobrado isso. Tem problemas de trânsito e instabilidades ainda. Estamos com um número de profissionais suficiente, de acordo com que a técnica manda. Não adianta cobrar a presença de mais pessoas.
O secretário da Defesa Civil e comandante geral do Corpo de Bombeiros, coronel Leandro Monteiro, que coordena os resgates na cidade, comentou sobre o trabalho feito pelos militares desde a última terça-feira:
— Tinha 120 militares num primeiro momento. Foi acionado o plano de contingência e, quatro horas depois, já tínhamos 500 militares em Petrópolis. Moradores em área de risco precisam abandonar suas casas e se deslocarem para os abrigos montados pela Defesa Civil municipal. Acreditem no trabalho do Corpo de Bombeiros. Acionei ajuda de cães farejadores, 41 chegarão nas próximas horas. Hoje estamos com 16 cães.
O ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, anunciou o recebimento da primeira medida provisória de cerca de R$ 500 milhões e apontou outra, de mesmo valor, para as próximas semanas, sem especificar a data exata. Segundo ele, será, pelo menos, R$ 1 bilhão disponível para ajudar Petrópolis. Ele também prometeu ajuda para outras cidades do país que também foram atingidas por catástrofes climáticas.
Marinho também ressaltou ainda R$ 700 milhões vindos do Ministério da Cidadania e de R$ 500 milhões da Infraestrutura, o que segundo ele, totaliza mais de R$ 2 bilhões, liberados de novembro do ano passado até agora, "mostrando o compromisso do governo federal de aparar as populações vitimadas pelas catástrofes".
— Já liberamos algum recurso para essa pronta-resposta e o momento é de socorrer as vítimas, buscar quem está sob os escombros, aparar os desabrigadose trabalhar de forma coordenada. Temos que planejar de que forma vamos proceder a recuperação da cidade. Sabemos que esse é um processo extremamente trágico.
O ministro apontou o alto volume de chuva, o maior registrado em Petrópolis nos últimos 90 anos, para justificar os estragos, bem como a geografia da cidade serrana. E também prestou solidariedade às famílias.
— O volume de chuva foi bastante acima do esperado. Isso por si só já geraria um rearranjo, que agrava com a geografia da cidade e gerou um problema de maiores proporções. Estamos solidários e temos que trabalhar a execução orçamentária em cima dos que nos é apresentado. Nenhum meteorologista previu o que aconteceria, muito pelo contrário. Falaram que faltaria chuva.
A agenda prevista da comitiva do presidente incluiu um sobrevoo sobre as áreas mais afetadas e uma visita ao centro de operações do Governo Federal, montado no 32º Batalhão de Infantaria Leve de Montanha.
Antes de decolar a Petrópolis, Bolsonaro disse que já havia entrado em contato com ministros do governo federal para que fosse agilizada a liberação de recursos. O governo federal liberou nesta quinta-feira o repasse de R$ 2,2 milhões para ações de apoio a Petrópolis, atingida por uma forte chuva que deixou ao menos 120 mortos. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), outros repasses estão previstos.
— Primeiramente lamento as mortes e me solidarizo com os familiares. Desde quando soubemos do ocorrido, ainda em solo russo, entramos em contato com o ministro da Defesa e tropas nossas já estavam no terreno e em deslocamento para ajudar a população — disse o presidente, na base aérea do Galeão.
Petrópolis também deve receber nesta sexta-feira a visita de deputados federais da bancada do Rio, a fim de fazer um levantamento sobre todos os danos e os prejuízos no município.