Petrópolis

Família faz vaquinha para comprar cadeira de rodas a criança com toxoplasmose e paralisia cerebral

O meio de locomoção foi levado pelas chuvas e agora familiares fazem de tudo para arrecadar R$ 18 mil

O pequeno João Miguel, de 8 anos - Arquivo pessoal

Na última terça-feira, dia do temporal em Petrópolis que vitimou mais de 150 pessoas, o pequeno João Miguel, de 8 anos — que tem toxoplasmose e paralisia cerebral — estava em casa no bairro Castelandia aos cuidados da avó e da cuidadora.

Naquele dia, pouco depois das 17h, a chuva destruiria diversas casas próximas e levaria a cadeira de rodas especial que a criança usa para ser transportada.

O equipamento estava no carro do seu pai, que foi arrastado pela tempestade por quase 300 metros e ficou completamente destruído. Hoje, os familiares fazem uma vaquinha nas redes sociais para comprar uma cadeira nova para o pequeno. O objeto é o único meio de locomoção de João e custa R$ 18 mil.
 

Uma criança meiga e carinhosa, João Miguel conta com todo o carinho dos pais. Nascido com sete meses, o menino foi diagnosticado com toxoplasmose só quando estava prestes a nascer.

— Houve um erro médico ainda na gestão. Tive toxooplasmose na gravidez e só fomos saber que ele viria especial quando ele iria nascer. Ele nasceu de sete meses, ficou internado por dois meses e tem epilepsia. Ele não tem controle do corpo e tem baixa visão — conta a gerente financeira Ana Paula Alonso Bach, de 35 anos, mãe do pequeno.

Ana lembra que na terça estava trabalhando e só conseguiu pegar o filho mais novo de 5 anos no colégio. Horas após o temporal, ela só queria resgatar o filho da casa onde eles moram no Alto da Serra.

— Começamos a escutar que a rua da minha casa estava enchendo muito e não tinha como ter acesso a casa. Sabíamos que tinha caído tudo ao lado. Mas, que ele estava bem. Só as 5h da quarta que subíamos para pegar o João, minha mãe e meu avô de 95 anos. Já subi chorando porque tudo estava destruído. Moramos aqui há mais de 20 anos e nunca tínhamos visto isso. Subimos com medo de desbarrancar e víamos que todas as casas foram dristuidas. Casas de pessoas trabalhadoras. A gente agradece por estar vivos, mas é muito difícil perder tudo. Chegamos em casa e pegamos o que dava: o respirador, remédios e descemos com eles — conta Ana, que esta com a família na casa de uma irmã.

Lotado no 24º BPM (Queimados), o soldado Daniel Domingos Dantas, 30, pai de João, conta que quando conseguiu acessar a residência, viu o cenário de guerra. No dia do temporal o militar estava escalado para o plantão.

— Quando a chuva abaixou e eu cheguei aqui, vi tudo destruído. O meu carro onde a cadeira do meu meu estava havia sido levado e não restava mais nada — desabafa Daniel desolado, que completa:

— A gente luta muito para dar o melhor para os nossos filhos. Perdemos muito coisa, mas nesse momento nem estou focado no prejuízo material. Só quero conseguir comprar um cadeira melhor para o meu filho — destaca Daniel.

Apaixonado pelos filhos, ele conta que seu sonho é conseguir ter mais tempo com os pequenos.

— A distância é longa. Meu sonho é ter mais tempo com os meninos. Mas, o comando, neste momento tão difícil, está me ajudando.

Com o apoio de amigos, uma vaquinha foi criada para arrecadar fundos para comprar um novo objeto para a criança, que hoje está acamada, e também para minimizar o prejuízo da família.

Quem quiser e puder contribuir, basta clicar no link.

Quem preferir fazer transferência ou depósito de qualquer valor pode fazer diretamente para a conta do PM. A chave PIX é o e-mail dele danieldantasfn@gmail.com