Guedes diz que ficaria no governo num eventual segundo mandato de Bolsonaro
Em entrevista à TV Jovem Pan News, Guedes foi perguntado diretamente se aceitaria ficar mais quatro anos no cargo
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta segunda-feira (21) que estaria disposto a continuar no governo num eventual segundo mandato do presidente Jair Bolsonaro. Essa é a primeira vez que o ministro assume publicamente a intenção de permanecer no Executivo federal, caso Bolsonaro vença as eleições de outubro.
Em entrevista à TV Jovem Pan News, Guedes foi perguntado diretamente se aceitaria ficar mais quatro anos no cargo. Primeiro, afirmou que “sim” e, depois, completou:
— Tem muita coisa sendo feita, que eu acho que essa aliança de centro-direita deveria seguir. E eu acho que eu seria alguém que estaria disposto a continuar (no governo).
Em entrevista ao Globo, publicada no início deste mês, o senador Flávio Bolsonaro, coordenador do comitê de campanha à reeleição do presidente, reconheceu que o papel exercido pelo chefe da equipe econômica é "cansativo", e disse que mas que só depende de Guedes "continuar dando a sua contribuição" ao governo.
Enquanto isso, nos bastidores, Guedes tem cobrado compromisso de Bolsonaro e do governo com a agenda liberal. Nos últimos meses, o apoio de Bolsonaro e de outros integrantes do Executivo à agenda de Guedes e o empenho desses atores para aprovar medidas no Congresso têm sido questionados pelo mercado, técnicos da equipe econômica e parlamentares.
Medidas como a reforma administrativa, a reforma tributária e a privatização dos Correios pouco avançaram no Congresso. Enquanto isso, a ala política do governo atuou para mudar o teto de gastos (regra que limita a expansão de gastos públicos), levando a mais uma debandada de assessores do ministro.
Nesta segunda-feira, disse que há no entorno de Bolsonaro pessoas que tentam “desviá-lo” da agenda liberal. O ministro repetiu que considera esse governo uma aliança de liberais e conservadores e que seu entusiasmo decorre desse conjunto. Por isso, disse, não adianta o governo ser apenas de conservadores.
— Há o entorno (de Bolsonaro), tem gente que quer desviá-lo, que acha que estatais são boas. Se trocar o dirigismo de esqueda pelo dirigismo de direita, a gente já conhece as experência históricas. Enquanto eu tiver a confiança dele (Bolsonaro) e o entusiasmo, nós vamos estar juntos — disse o ministro.