RIO DE JANEIRO

Fotos e imagens de satélite registram o antes e o depois das chuvas e a recuperação de Petrópolis

Registros de centros de estudo mostram, do alto, como desastre mudou a paisagem

Imagem de satélite depois do temporal em Petrópolis - reprodução/Inmet

Uma semana depois da forte chuva que devastou regiões de Petrópolis, a cidade aos poucos começa a tirar as marcas da destruição. Equipes participam da limpeza para tirar lama, entulho, vegetação e objetos pessoais perdidos. Na noite de segunda-feira, duas imagens comparavam a mudança em um dos pontos turísticos do município na Região Serrana, a Rua Teresa, o principal polo têxtil do estado. Na primeira foto, uma via suja. Na segunda, uma rua limpa, como há poucos dias - imagens abaixo.

A publicação no Twitter, feita pelo presidente da Comlurb, Flávio Lopes, viralizou. A companhia carioca está na cidade petropolitana para participar de ações de limpeza. Em dois dias de serviço, as equipes removeram 649,2 toneladas de resíduos. Destes, 620 toneladas de lama e terra, e 29,2 toneladas de galhadas e pedaços de troncos.

As ações estão concentradas em em dois pontos: na Rua Teresa e na Avenida Barão do Rio Branco, neste ponto é feito apenas o recolhimento de vegetação. Segundo a Comlurb, a equipe conta com 310 garis e cerca de 50 equipamentos, como caminhões basculantes, pás mecânicas, pipas d'água para lavagem das vias com água de reuso e conjuntos de poda para remoção de árvores e grandes galhos.

Em um vídeo divulgado nesta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), é possível ver os danos em algumas das partes mais afetadas de Petrópolis. Imagens de satélite antes e depois da forte chuva mostra como a paisagem mudou. São desde rastros de lamas e vegetação encoberta a imóveis e vias que sumiram.

As imagens, segundo o Inmet, foram obtidas pelo Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), por meio do acionamento do The International Charter Space and Major Disasters, uma cooperação internacional que disponibiliza esse tipo de material em situações de grandes desastres. A comparação é feita com registros do Google Maps, também captados por satélite.

 



 

 

As regiões são o Morro da Oficina, dois pontos da Rua Teresa e a Rua Manoel Vieira Barão.

Em terra, os rastros de destruição também puderam ser vistos com veículos virados, muita lama, muito lixo e entulho em pontos que são cartão postal de Petrópolis e importantes vias de acesso e trânsito.

Até o fim da manhã desta terça-feira, a Polícia Civil contabilizou 183 mortos e pelo menos 85 desaparecidos.

Áreas com importância econômica também foram muito afetadas, o que já acumula prejuízo para o município serrano. Petrópolis perdeu cerca de 2% do PIB em consequência das chuvas que devastaram a cidade, na semana passada. Segundo pesquisa da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), o prejuízo é de R$ 665 milhões, considerando apenas o dano direto a empresas. De acordo com o levantamento, o temporal impactou 65% das empresas do município.