Brasil defende 'solução negociada' para crise entre Rússia e Ucrânia
Comunicado é feito um dia depois de o presidente russo reconhecer a independência de duas regiões separatistas no leste da Ucrânia
O governo brasileiro se manifestou nesta terça-feira (22) sobre a crise envolvendo Rússia e Ucrânia, ao afirmar que defende uma "solução negociada", um dia depois que o presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu a independência de duas regiões separatistas no leste ucraniano.
"Diante da situação criada em torno do status das autoproclamadas entidades estatais do Donetsk e do Lugansk, o Brasil reafirma a necessidade de buscar uma solução negociada, [...] que leve em consideração os legítimos interesses de segurança da Rússia e da Ucrânia e a necessidade de respeitar os princípios da Carta das Nações Unidas", informou o Itamaraty em comunicado.
A nota foi divulgada poucas horas depois que o presidente russo, Vladimir Putin, reconhecer Donetsk e Lugansk, duas regiões separatistas pró-Rússia da Ucrânia, fazendo pouco caso das pressões do Ocidente para distensionar o conflito.
O Brasil reitera "os apelos à imediata desescalada e nosso firme compromisso de apoiar os esforços políticos e diplomáticos para criar as condições para uma solução pacífica para esta crise", acrescentou o Itamaraty.
O presidente Jair Bolsonaro esteve na semana passada em Moscou, onde se reuniu com Putin. Após o encontro, Bolsonaro afirmou que Putin queria "paz" e indicou que o Brasil era solidário com qualquer país que buscasse solucionar os conflitos de forma pacífica.
A viagem do presidente à Rússia gerou críticas da Casa Branca, que, através de sua secretária de imprensa, Jen Psaki, assinalou que a visita havia deixado o Brasil "do lado oposto à maioria da comunidade global".
A nota divulgada nesta terça-feira pelo Ministério das Relações Exteriores reproduz a declaração do embaixador Ronaldo Costa Filho, representante do país na ONU, durante o debate de Conselho de Segurança das Nações Unidas na noite de ontem.
"Renovamos nosso apelo a todas as partes interessadas para que mantenham o diálogo com espírito de abertura, compreensão, flexibilidade e senso de urgência para encontrar caminhos para uma paz duradoura na Ucrânia e em toda a região", afirmou Costa Filho.