TSE

'Se houver ofensas à Justiça Eleitoral, seremos implacáveis', diz Fachin sobre ataques de Bolsonaro

Ministro afirmou que imputar suspeitas de fraudes às urnas eletrônicas é tentativa de gerar crise nas eleições

Jair Bolsonaro - Evaristo Sa / AFP

O recém-empossado presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Edson Fachin afirmou nesta quarta-feira (23), em sua primeira entrevista coletiva, que "ofensas injustificadas" à Justiça Eleitoral serão respondidas para defender a lisura do processo eleitoral. A resposta foi dada ao ser questionado especificamente sobre os embates do TSE com o presidente Jair Bolsonaro, que tem feito ataques frequentes às urnas eletrônicas.

"Se houver ofensas injustificadas à Justiça Eleitoral, nós vamos responder e seremos mesmo implacáveis. Estamos defendendo apenas um tribunal? Não. Agredir a instituição da Justiça Eleitoral significa hoje colocar em discussão a realização das próprias eleições. Propagar dúvidas afirmando-se que há provas, quando provas não foram apresentadas ou registradas, isso significa ter mais efeitos do que uma crítica exclusivamente política", afirmou Fachin.

O ministro disse que críticas são inerentes ao ambiente da democracia, mas que a imputação de acusações falsas buscam tumultuar o ambiente eleitoral e gerar crises.

"A crítica é inerente à democracia. Quem faz uma crítica, por exemplo, ao sistema da urna eletrônica, quer concordemos ou não, faz parte do universo das percepções que se tem. Agora, imputar à urna eletrônica uma fraude não ocorrida, isso desborda da ambiência da crítica política, afeta uma instituição e é por assim dizer um argumento à busca de um pretexto e da entronização de um pivô de crise. E isto não vai ocorrer", afirmou Fachin. 

Para o presidente do TSE, é necessário o respeito às regras das eleições, que estarão a cargo do TSE.