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Em Petrópolis, algumas crianças estão em sofrimento psíquico, avaliam especialistas

Causas podem ser trauma dos acontecimentos recentes e afastamento da escola

Equipe de resgate atuando em Petrópolis (RJ) - Tânia Rêgo / Agência Brasil

Promotores do Ministério Público do Rio de Janeiro  contabilizaram, até a tarde desta quarta-feira (23), 346 crianças, 60 adolescentes, 107 idosos e oito portadores de necessidades especiais abrigados, em 47 pontos de apoio que funcionam como abrigos provisórios para vítimas da chuva, em Petrópolis, na Região Serrana do Rio.

Segundo uma avaliação psicológica, alguns menores estão em uma espécie de sofrimento psíquico causado pelo trauma e pelo afastamento da escola. A maior parte dos pontos de apoio funciona em escolas, clubes e igrejas localizadas no município. Só as unidades administradas pela Prefeitura de Petrópolis acolheram um total de 811 pessoas desabrigadas.

 Acompanhados de psicólogos e de assistentes sociais, os promotores fiscalizam os abrigos para saber como está sendo feito o atendimento para quem ficou sem casa. Além disso, as equipes verificam, entre outras coisas, se há superlotação em alguma unidade, e se necessidades básicas como alimentação, distribuição de roupas e de kits de higiene pessoal estão sendo cumpridas pelo poder público.

De acordo com o MPRJ, equipes de psicólogos constataram que algumas crianças estão em sofrimento psíquico, chorando e agitadas, por estar fora da escola. Para amenizar o problema, uma articulação das promotorias de Justiça da Infância e da Juventude de Petrópolis com a prefeitura,  vai permitir que crianças abrigadas sejam levadas durante o dia para os Centros de Educação Infantil (CEI) do município, onde poderão participar de várias atividades.

O MPRJ criou ainda uma sala de gestão de crise, que está funcionando em Petrópolis, para concentrar o recebimento de dados referentes ao desastre ambiental provocado pela chuva na cidade.

—  Em uma resposta à crise, é importante ter um espaço físico em que as informações sejam concentradas e possamos ter, de maneira visual, todas as ações que precisam ser feitas, os encaminhamentos e as demandas. Montamos aqui um local com dados dos pontos de apoio, informações climáticas, de chuvas e transbordamentos, além de demandas de saúde e locais que já foram vistoriados, por exemplo —  explicou a promotora de Justiça Vanessa Katz, titular da 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Petrópolis, em um comunicado enviado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.