Eleições 2022

Após filiação de aliado ao PSD, Leite diz que ainda não decidiu sobre saída do PSDB

Governador disse que decisão de secretário migrar para o partido de Gilberto Kassab foi 'pessoal'

Eduardo Leite (PSDB) é o governador do Rio Grande do Sul - Reprodução/Facebook

Após a filiação de um dos seus principais aliados ao PSD, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, afirmou na manhã desta quinta-feira (24) que ainda não decidiu sobre a possibilidade de deixar o PSDB para uma eventual candidatura a presidente da República.

Leite recebeu o convite do presidente do PSD, Gilberto Kassab, para se filiar à sigla. Kassab tem dito que o seu pré-candidato ao Palácio do Planalto é o presidente do Senado Rodrigo Pacheco, e que este precisaria abrir mão da disputa antes. Pacheco ainda não oficializou sua decisão, mas aliados dizem que ele pretende concorrer à reeleição ao Senado.

Instado a comentar a migração do seu secretário estadual Agostinho Meirelles ao partido de Kassab, Leite minimizou e negou que seja uma sinalização de que esteja de malas prontas do ninho tucano. Meirelles estava sem partido e antes havia deixado o PTB após o ex-presidente da sigla Roberto Jefferson fazer ataques homofóbicos contra Leite.

"A decisão é pessoal dele (Agostinho), que estava sem partidor político por conta das agressões que sofremos. Eu fui provocado pelo PSD para considerar uma candidatura nacional. Não há nenhuma decisão decisão. E não há data de filiação porque sequer há decisão nesse sentido", afirmou Leite durante coletiva à imprensa no Palácio Piratini, sede do governo gaúcho.
 

Nas últimas semanas, Kassab tem feito uma ofensiva na direção de Leite, o que tem irritado o PSDB, que lançou o governador João Doria como pré-candidato após este derrotar Leite nas prévias do partido. O paulista, no entanto, tem patinado nas pesquisas de intenção de voto e sofre com alta rejeição, o que levou um movimento de resistência contra o seu nome a pressionar pela retirada de sua candidatura.

Enquanto isso, Leite passou a flertar com o PSD e até mesmo com o União Brasil. Aliados de Doria tem alertado que a saída de Leite poderia fazer mal para sua imagem e deixá-lo com a pecha de "mau perdedor" após a eleição interna e de "oportunista". Leite afirmou que respeita as prévias, mas entende que a falta de viabilidade de Doria abre margens para contestações internas.

"Respeito as prévias do meu partido. Mas o escolhido pelo partido está diante da possibilidade de contestação. Isso é próprio da democracia. É essa a discussão que se faz dentro do PSDB. A gente está buscando ajudar o país a constituir uma alternativa", conclui o governador.