Ucrânia

Pernambucana relata desespero ao tentar deixar Ucrânia em meio à guerra

Vitória Magalhães e a família caminharam por mais de 60 quilômetros e chegaram a sofrer agressões de policiais na fronteira com a Polônia

Reprodução/Instagram

O conflito entre Ucrânia e Rússia chegou ao quarto dia e vários brasileiros ainda não conseguiram deixar o país. Nas redes sociais, a pernambucana Vitória Magalhães, natural de Salgueiro, relatou o desespero da sua tentativa de chegar até a fronteira com a Polônia.

Junto à família e outros dois amigos, caminharam por mais de 60 quilômetros e chegaram a sofrer agressões de policiais ucranianos. 

Vitória é esposa do jogador Juninho Reis, do Zorya Luhansk. No entanto, o clube manda seus jogos desde 2014 em Zaporizhzhya. De lá, ela, Juninho e o filho Benjamin, além dos também jogadores Guilherme Smith e Cristian Dal'Bello, seguiram a caminhada em direção à fronteira com a Polônia. Por conta do alto número de carros e um grande congestionamento, tiveram que caminhar até o mais próximo possível da fronteira. 

Em meio ao frio, andaram por mais de 60 quilômetros, sem parar. Após muito cansaço, cederam e pararam em um café, onde foram informados que os militares poloneses na fronteira, não estavam deixando estrangeiros atravessarem a pé. A esperança era de que uma ajuda organizada, que viria da Polônia, iria buscar o grupo. No entanto, não conseguiram atravessar para a Ucrânia. 

Ainda assim, persistiram e foram até a fronteira, onde foram barrados pelos soldados poloneses. Vitória relata que os soldados chegaram a dar empurrões.

“Tem soldados poloneses em todo lado. Tentamos explicar que éramos brasileiros. Não deixaram a gente passar. Eu tentei também,  eles empurraram. Não deixam a gente passar. A gente está num posto, meu filho está dormindo e a gente não tem como voltar pra trás, não tem como ir pra frente, a gente não sabe o que fazer”, disse, aos prantos, em vídeo nas redes sociais. 

Em outro vídeo, Vitória denunciou que a embaixada do Brasil não estava mais atendendo as ligações do grupo.

Após a negativa, o grupo precisou voltar para Lviv, distante 1.007 quilômetros de Zaporizhzhya e a 80 quilômetros de Shehyni, cidade próxima à fronteira com a Polônia.