CRISE NA UCRÂNIA

Assembleia Geral da ONU se reúne para tratar da invasão russa da Ucrânia

Reunião será realizada nesta segunda em Nova York

ONU - POOL/GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP

A Assembleia Geral da ONU fará uma sessão especial de emergência nesta segunda-feira (28), na qual seus 193 membros decidirão se condenam a invasão da Ucrânia pela Rússia

A reunião começará às 12h (horário de Brasília), com discursos do presidente da Assembleia, Abdulla Shahid, e do secretário-geral da ONU, António Guterres. Uma votação da resolução está prevista ao final das intervenções que devem se estender até terça-feira, dado o grande número de discursos esperados. 

Intitulado "A agressão armada não provocada da Rússia contra a Ucrânia", o projeto de resolução promovido pelos europeus em coordenação com Kiev "condena, nos termos mais duros, a agressão da Rússia contra a Ucrânia". 

O texto é similar ao apresentado por Estados Unidos e Albânia e rejeitado por um veto russo no Conselho de Segurança na sexta-feira. Exige a retirada imediata das tropas russas da Ucrânia e o fim dos combates. 

Seus autores esperam ultrapassar a centena de votos favoráveis na Assembleia, onde não há direito de veto.

No Conselho de Segurança, África e América Latina apoiaram a denúncia da invasão formulada por Estados Unidos e Europa. Na Assembleia Geral, espera-se que os apoiadores habituais de Moscou - Síria, Cuba, China, Índia e outros - fiquem ao lado da política russa, ou se abstenham de votar.

A sessão extraordinária da Assembleia Geral da ONU - que ocorreu algumas poucas vezes na história desta organização internacional - será um termômetro da evolução do mundo, segundo diplomatas.

Nos últimos anos, regimes considerados autocráticos, militares ou não, como Rússia, Mianmar, Sudão, Mali, Burkina Faso, Venezuela e Nicarágua, parecem estar ganhando terreno frente às democracias. 

Também hoje, às 15h, a França convocou uma reunião de emergência do Conselho de Segurança, com o objetivo de ter uma resolução aprovada, na terça-feira, a favor do "cessar das hostilidades", "da proteção de civis" e que "permita" a chegada de ajuda humanitária "sem obstáculos". 

Após seu primeiro veto na última sexta-feira, a posição da Rússia sobre o texto permanece desconhecida.