ONU

Conselho de Direitos Humanos da ONU debaterá guerra na Ucrânia

A sessão ocorrerá na próxima quinta-feira (3) em Genebra (Suíça)

A Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, discursa na abertura de uma sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU em 28 de fevereiro de 2022 em Genebra - Fabrice COFFRINI / AFP

O Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou hoje (28) a realização de debate sobre a guerra entre Rússia e Ucrânia. A sessão ocorrerá na próxima quinta-feira (3) em Genebra (Suíça).

Pedida pela delegação ucraniana, a realização do debate foi aprovada por 29 votos favoráveis, cinco contrários e 13 abstenções. O Brasil votou a favor da proposta. Entre os votos contrários,estão Rússia, China e Cuba.

Em discurso, a alta comissária para Direitos Humanos das Nações Unidas, Michelle Bachelet, pediu que “os direitos e as aspirações da população mundial sejam colocados no centro” dos debates. Segundo ela, não existem vencedores nem perdedores na situação atual, e os confrontos estão criando “necessidades humanitárias em uma escala que ultrapassa a capacidade existente de fornecer assistência”.

Bachelet lembrou que a Carta da ONU precisa ser respeitada e pediu que o Conselho de Direitos Humanos faça mais para prevenir conflitos e crises. Ela pediu ainda que os países-membros superem a polarização, discutam diferenças e unam-se para o avanço dos direitos fundamentais de todos os seres humanos.

O secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, enviou mensagem destacando que os direitos humanos estão sob ataque em todo o planeta, com “autocracias em ascensão” e “populismo, nativismo, racismo e extremismo minando sociedades. Guterres iria à sessão do Conselho de Direitos Humanos em Genebra, mas cancelou a viagem por causa do agravamento do conflito na Ucrânia.

O secretário fez um apelo para a retomada do diálogo e garantiu que as agências humanitárias da ONU aumentarão as operações na Ucrânia. Guterres citou outras crises atuais, como a pandemia de covid-19, as divisões digitais, a desinformação e os ataques cibernéticos, a crise climática e os conflitos em vários países, como Afeganistão e Mianmar.