Fifa pede explicações à CBF por causa de decisão do STJ
Segundo estatuto da entidade, suas filiadas não podem sofrer sanções caso haja interferências de terceiros
A Fifa enviou uma carta à CBF, nesta segunda-feira, pedindo que a Confederação explique de forma detalhada a decisão do Superior Tribunal de Justiça, que determinou uma intervenção na entidade. A resposta será anexada a um processo disciplinar aberto pela Fifa, para apurar a ingerência externa em uma de suas filiadas, o que é proibido pelo seu estatuto. A informação foi antecipada pelo colunista Ancelmo Gois.
Na última quinta-feira, o presidente do STJ, ministro Humberto Martins, deu uma decisão monocrática, em que determinou que o diretor mais velho da CBF assuma a presidência e reforme o estatuto da entidade, antes de convocar novas eleições. A decisão acabou perdendo o efeito porque o Ministério Público, autor da ação, entrou em um acordo com a CBF. Entretanto, o MP voltou atrás, mas o pedido de desistência ainda não foi julgado.
No mesmo dia, a assembleia-geral da CBF afastou Rogério Caboclo definitivamente do cargo e nomeou Ednaldo Rodrigues como presidente interino, posto que ele já estava ocupando. Ele convocou uma outra assembleia para o dia 7 de março para rever o estatuto, que é justamente o motivo da ação proposta pelo MP.
Na carta, a Fifa lembrou à CBF que a interferência de terceiro pode levar à sanções, sendo a mais extrema, a proibição de times brasileiros em campeonatos internacionais e a impossibilidade de o Brasil jogar a Copa do Mundo. Porém, essas medidas são consideras por especialistas como impossíveis de serem adotadas neste caso.
Na última assembleia da Fifa, o órgão decidiu suspender as federações do Quênia e Zimbábue, porque elas sofreram interferências de seus governos locais.