GUERRA NA UCRÂNIA

ONGs denunciam uso de bombas de fragmentação pela Rússia contra a Ucrânia

Trata-se de um tipo de armamento que, quando lançado, libera uma série de explosivos menores e causa maior dano em uma área mais ampla

Modelo de bomba de fragmentação - Reprodução/O Globo

O Exército russo foi acusado, nessa segunda-feira (28), de usar bombas de fragmentação contra civis durante a invasão da Ucrânia, que chega ao sexto dia. Esse tipo de armamento é proibido por meio de tratado internacional, em vigor desde 2010, com a adesão de mais de 100 países. No entanto, a lista não inclui Rússia, EUA, Ucrânia e Brasil.

Nesta terça (1º), a Rússia negou estar usando esse tipo de armamento. Bombas de fragmentação são um tipo de armamento que, quando lançado, libera uma série de explosivos menores, com o objetivo de causar o maior dano em uma área mais ampla. Além do impacto inicial do ataque, há o risco de alguns desses explosivos menores não serem detonados na hora, e serem posteriormente encontrados por civis nessas áreas, elevando o risco de vítimas, especialmente crianças.

O uso de bombas de fragmentação foi denunciado por grupos de direitos humanos, como as ONGs Human Rights Watch e Anistia Internacional.

Em comunicado, a Anistia aponta para um ataque contra uma creche na cidade de Okhtyrka, na região de Sumy, que faz fronteira com a Rússia, no dia 25 de fevereiro. A ação, segundo a ONG, deixou três mortos, incluindo uma criança.
 



A ONG também compartilhou imagens de drones que mostram que munições de fragmentação atingiram pelo menos sete locais dentro ou perto do prédio: quatro no telhado e três na calçada em frente à escola. O vídeo também mostra dois civis atingidos pelo bombardeio.

A Anistia cita informações obtidas pela agência de checagem Bellingcat mostrando que destroços de armas usadas nessas áreas são similares ao de foguetes usados em ataques com bombas de fragmentação.

"Não há possível justificativa para usar bombas de fragmentação em áreas povoadas, quanto mais perto de uma escola", afirmou, em comunicado, Agnès Callamard, secretária-geral da Anistia Internacional. "Esse ataque traz todas as marcas do uso indiscriminado pela Rússia dessa arma banida internacionalmente, e mostra um flagrante desrespeito pela vida dos civis", acrescentou.