Reino Unido estabelece novo plano de imigração para refugiados ucranianos
Ministra do Interior garante que cerca de 100 mil ucranianos poderão entrar no país
O executivo britânico relatou, nesta terça-feira (1), seus requisitos de imigração para cidadãos ucranianos com laços familiares com o Reino Unido que fogem da invasão russa, depois de ser criticado por não fazer o suficiente para acolher esses refugiados.
A ministra do Interior, Priti Patel, garantiu que cerca de 100 mil ucranianos poderão entrar no país por 12 meses como resultado de mudanças nos critérios estabelecidos para parentes próximos.
"Não há limite para o número de pessoas que podem optar porr isso", disse Patel no Parlamento, acrescentando que os recém-chegados "poderão trabalhar e acessar os fundos públicos".
As medidas incluem requisitos linguísticos e limites salariais, bem como a extensão dos beneficiários aos avós, filhos com mais de 18 anos e irmãos de "qualquer pessoa estabelecida no Reino Unido".
No entanto, todos os candidatos terão que passar por verificações de segurança, acrescentou.
Patel chamou o relaxamento de um "pacote muito generoso, expansivo e sem precedentes" e descartou a isenção de visto, argumentando que "as tropas russas estão tentando se infiltrar e se fundir com as forças ucranianas".
"Temos o dever coletivo de manter o povo britânico seguro. E essa abordagem é baseada nos mais fortes conselhos de segurança", acrescentou.
O ministro também delineou medidas para permitir que ucranianos sem laços familiares viajem para o Reino Unido por meio de patrocínio de indivíduos, instituições de caridade, empresas e comunidades.
Sua autorização de residência também seria concedida por 12 meses e não teria limite de número, acrescentou.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, sugeriu em uma visita à Polônia na terça-feira que "mais de 200.000" ucranianos poderiam se beneficiar do plano.
Em menos de uma semana desde o início da invasão, mais de 660.000 pessoas fugiram da Ucrânia e se refugiaram em países vizinhos, segundo a ONU.
Tanya Kozlouska, uma ucraniana de 42 anos que vive no Reino Unido há 22, comemorou as novas medidas britânicas.
"Acho que esta é uma notícia muito boa porque muitos civis poderão fugir e encontrar refúgio sem que suas vidas sejam ameaçadas", disse à AFP.
Agora ele espera que seus pais de 75 anos possam se juntar a seu irmão em Lviv e viajar para a Polônia.