Rússia deverá ser banida dos Jogos Paralímpicos de Inverno
Comitê Paralímpico Internacional deve seguir diretrizes do COI e impedir participação dos russos
A Rússia, que na última quinta-feira invadiu a Ucrânia, deverá ser banida dos Jogos Paralímpicos de Inverno. O Comitê Paralímpico Internacional (IPC) deve seguir o Comitê Olímpico Internacional (COI).
A decisão será conhecida nesta quarta-feira (2), de manhã no Brasil. Daqui a três dias começam os Jogos de Inverno de Pequim-2022. A delegação da Ucrânia, com 20 atletas e nove atletas guias desembarcou nesta terça-feira na China para a competição.
"Qualquer decisão que tomamos está sujeita a contestação legal de diferentes lados", disse Andrew Parsons, presidente do IPC. "É com isso que precisamos ter muito cuidado, porque pode ser da Rússia ou de outras nações. Precisamos tomar uma decisão com base em nossa constituição e nos valores que defendemos".
Atletas ucranianos, assim como o Comitê Britânico, pediram que os russos fossem excluídos do evento.
O COI recomendou fortemente que sempre que não for possível banir atletas da Rússia e da Belarus por motivos organizacionais ou legais, que estes não exibam as bandeiras de seus países.
Atletas de ambos os países já se encontram na China em treinamentos.
Assim como nos Jogos Paralímpicos de Verão, a Rússia é uma das potências paralímpicas ao lado dos Estados Unidos e do Canadá.
Na última edição, em PyeongChang, na Coreia, os EUA conquistaram 32 medalhas (sendo 13 de ouro, 15 de prata e oito de bronze).
Os russos, que não puderam representar sua bandeira por causa dos escândalos de doping, obtiveram 24 medalhas (oito de ouro, 10 de prata e seis de bronze) e o Canadá, 28 (oito de ouro, quatro de prata e 16 de bronze).
Nesta segunda-feira, o COI havia recomendado a todas federações esportivas internacionais que proíbam atletas e autoridades da Rússia e Belarus de competir em eventos esportivos.
Jogos Paralímpicos
O programa de inverno conta com modalidades disputadas na neve (esqui alpino, esqui cross-country, biatlo e snowboard) e esportes de gelo (para hóquei no gelo e curling em cadeira de rodas).
Pequim aguardava cerca de 650 atletas, número que incluia a delegação russa, de 48 países, em 78 eventos em seis esportes – 39 masculinos, 35 femininos e quatro eventos mistos. A competição acontecerá em cinco locais.
O Brasil disputará a terceira edição paralímpica de inverno com seis atletas: Cristian Ribera, Aline Rocha, Guilherme Cruz Rocha, Robelson Moreira Lula e Wesley dos Santos (esqui cross-country) e André Barbieri (snowboard).
Aline é cinco vezes campeã da São Silvestre e assim como Cristian, que anda de skate e faz atletismo, foi a PyeongChang-2018.
Os atletas que competem no esqui cross-country, caso do Brasil que tem delegação essencialmente desta modalidade, são de diversas categorias e dependendo da condição física, o esquiador pode usar um sit-ski (uma cadeira equipada com um par de esquis). Atletas com deficiência visual competem com um atleta-guia.
Independente da limitação, os atletas competem entre si pela mesma medalha em cada uma das provas. Para definir o vencedor, é feita uma correção de tempo de acordo com a classe do competidor.
O curling, modalidade que faz sucesso na versão olímpica de inverno, também é disputado entre os paralímpicos. Mas, os jogadores têm apenas uma chance de ganhar a medalha de ouro: em equipe mista.
No evento paralímpico, os atletas não varrem o gelo para manobrar a pedra. Elas devem ser lançadas de uma cadeira de rodas parada na pista. Os atletas não podem colocar os pés no gelo e devem lançar as pedras diretamento pela haste ou por um suporte que se encaixa sobre a alça da pedra.
O esporte é aberto a atletas do sexo masculino e feminino que tenham deficiência física na metade inferior do corpo, incluindo lesões na medula espinhal, paralisia cerebral, esclerose múltipla e amputação de duas pernas.