Bolsonaro usa falta de fertilizantes russos para defender exploração de potássio em terras indígenas
O projeto, contudo, é mais amplo e permite mineração, exploração de gás e petróleo e construção de hidrelétricas
O presidente Jair Bolsonaro usou a invasão da Ucrânia pela Rússia para defender um projeto de lei enviado pelo governo ao Congresso em 2020 liberando a exploração econômica em terras indígenas. A proposta, que ainda não foi analisada pelo Parlamento, permite, entre outras coisas, a mineração, a exploração de gás e petróleo e a construção de hidrelétricas.
O Brasil é depende da Rússia para comprar os fertilizantes usados no agronegócio. Parte deles usa o potássio. A guerra e as sanções econômicas impostas à Rússia por Estados Unidos e aliados, porém, podem afetar o fornecimento.
Nas redes sociais, Bolsonaro ligou o potássio à segurança alimentar do Brasil e lembrou que, em fevereiro de 2016, quando era deputado, discursou sobre a dependência do Brasil em relação à Rússia. Na época, destacou a existência de jazidas do produto em terras indígenas. Em 2020, já como presidente da República, ele enviou um projeto de lei que "permite a exploração de recursos minerais, hídricos e orgânicos em terras indígenas".
"Com a guerra Rússia/Ucrânia, hoje corremos o risco da falta do potássio ou aumento do seu preço. Nossa segurança alimentar e agronegócio (Economia) exigem de nós, Executivo e Legislativo, medidas que nos permitam a não dependência externa de algo que temos em abundância", escreveu Bolsonaro.