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Comandante do Exército chileno renuncia em meio a investigação por irregularidades

Ricardo Martínez foi intimado a depor como parte de um inquérito que acusa três ex-comandantes da instituição

Reprodução/Gabi Alexander/Wikipedia

O comandante chefe do Exército chileno, Ricardo Martínez, apresentou nesta quarta-feira (2) sua renúncia ao cargo ao presidente Sebastián Piñera, após ser envolvido em uma investigação de fraude nas Forças Armadas. Martínez foi intimado a depor na quinta-feira (3) como investigado, como parte de um inquérito que acusa três comandantes da instituição.

 A juíza especial da Corte Marcial, Romy Rutherford, responsável pelo caso, investiga a compra de imóveis, carros de luxo e outras despesas "injustificadas" com verbas do Exército. Além dele, são acusados os generais reformados Humberto Oviedo, acusado de uso irregular de diárias em mais de 20 viagens ao exterior, e Juan Miguel Fuente-Alba, acusado de desviar 3,5 biilhões de pesos (mais de US$ 4 milhões).

Em seu discurso, em um ato público, ele lembrou que "todo cidadão goza da presunção de inocência, mas na prática só se aplica a alguns".
 

"Reitero minha inocência, nunca estive e nunca estarei acima da lei. Declaro enfaticamente ao país e aos meus camaradas de armas minha inocência em tais acusações, sempre agi de boa fé e todos os meus atos foram ajustados às normas vigentes na instituição", acrescentou.

Martínez, de 62 anos, estaria envolvido em um caso  que investiga voos e estadias de militares que não foram declarados ao Fisco.

O general, que a partir de hoje assume o comando do Exército, formou-se na Escola Militar em 1986. Após mais de 40 anos na instituição, assumiu há quatro o posto de comandante-em-chefe do Exército chileno. A renúncia ocorre menos de uma semana antes de sua saída oficial do cargo, que será assumido por Javier Iturriaga em 9 de março.

Até lá, o Ministério da Defesa anunciou que o general Rodrigo Ventura assumirá o posto de comandante-em-chefe.