Ucrânia

Macron acredita que 'o pior ainda está por vir' na Ucrânia após ligação com Putin

"Você inventa histórias, procura pretextos", teria lhe dito o presidente francês, segundo o Palácio do Eliseu, residência da presidência francesa

Uma foto de monitores tirada em uma sala de controle de mídia em Paris em 2 de março de 2022 mostra o presidente francês Emmanuel Macron falando do Palácio do Eliseu durante um discurso televisionado sobre a situação geral sete dias depois que a Rússia la - Ludovic Marin / AFP

O presidente francês chegou à conclusão de que "o pior ainda está por vir" no conflito na Ucrânia, após uma conversa telefônica com o presidente russo, que expressou sua determinação em continuar a ofensiva e que poderia "assumir o controle" de toda o país, informou a presidência francesa. 

Numa conversa que durou uma hora e meia, o presidente russo, Vladimir Putin, disse ao francês, Emmanuel Macron, que a operação russa se desenvolve "de acordo com os planos" e que poderá "intensificar-se" se os ucranianos não aceitarem as suas condições, informou nesta quinta-feira (3) o gabinete do presidente francês. 

"A previsão do presidente (Macron) é que o pior ainda está por vir, por conta do que o presidente Putin lhe disse", explicou um assessor do presidente francês que preferiu permanecer anônimo. 

O Palácio do Eliseu, residência da presidência francesa, indicou que a iniciativa para a troca telefônica entre os dois líderes (a terceira desde o início da invasão em 24 de fevereiro) foi de Putin, que quis "informar" Macron "da situação e intenções, no âmbito de um diálogo sincero" entre estes dirigentes.

Macron respondeu às acusações de Putin sobre a Ucrânia afirmando que "ele cometeu um grave erro com o regime ucraniano", que "ele não é nazista". "Você inventa histórias, procura pretextos", teria lhe dito o presidente francês, segundo o Eliseu. 

"Esta entrevista permitiu revisitar as divergências, dizer a verdade ao presidente Putin", mas também, "infelizmente", confirmar "a sua determinação em seguir com a operação militar até ao fim". 

"Os ucranianos estão lutando com coragem. Nada está garantido, mas a relação de forças é muito desequilibrada", disse o Eliseu, ao apontar o "pessimismo" de Macron ao final da discussão. 

O presidente francês reafirmou sua intenção de "apertar as sanções" contra a Rússia, já que é "uma ferramenta muito poderosa, como se viu com a queda do rublo".