Brasil é 'porto seguro' para investimentos privados em meio a conflito na Ucrânia, diz governo
Ministério da Economia avalia que PIB se recuperou em 'V' no ano passado, após tombo registrado em 2020
O Ministério da Economia avaliou, em nota divulgada nesta sexta-feira (4), que o Brasil precisa mostrar que é um “porto seguro” para investimentos privados, ao comentar a invasão da Ucrânia pela Rússia.
“Deve-se monitorar a evolução do cenário internacional em virtude do conflito no Leste Europeu. Com o cenário internacional adverso, cabe ao Brasil, além dos posicionamentos diplomáticos e humanitários, mostrar que é um porto seguro para os investimentos privados”, diz o texto, mencionando que o país em três oportunidades já se posicionou na ONU condenando a invasão da Rússia à Ucrânia e que emitirá vistos especiais aos refugiados.
Para isso, a pasta de Paulo Guedes diz ser necessário manter a agenda de reformas. A pasta cita o projeto de lei do Novo Marco de Garantias para crédito, a medida provisória (MP) de registros públicos, e o projeto de debêntures incentivadas.
“Seria importante também obter a aprovação legislativa para a privatização dos Correios e realizar a privatização da Eletrobras ainda no primeiro semestre”, acrescenta.
— Por isso a importância do ministro Paulo Guedes ter ido aos Estados Unidos mostrar ao mundo que neste momento o Brasil é um porto seguro para o investimento internacional — disse o chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida.
A invasão da Ucrânia levou a uma série de sanções à Rússia por parte do Ocidente, que afetam a economia do país. Por outro lado, essas restrições econômica estão fazendo, por exemplo, o preço do barril de petróleo disparar nos últimos dias.
As considerações foram feitas pelo ministério ao comentar o resultado do PIB de 2021, divulgado pelo IBGE. Para o governo, o dado mostra que o brasileiro se recuperou em “V” ao crescer 4,6% em 2021, após forte tombo no ano anterior. O crescimento em “V” significa que o país recuperou a sua atividade econômica após uma queda forte.
O governo ressalta que a variação do PIB brasileiro acumulado no período de 2020-21 foi maior que a de todos os países do G7, exceto os Estados Unidos.
“Além da pandemia e dos gargalos no fornecimento de algumas cadeias globais de produção que afetaram negativamente o crescimento econômico mundial, o Brasil ainda se defrontou com dois outros choques negativos de oferta: a maior crise hídrica em quase 100 anos e o revés climático que afetou diferentes segmentos do setor agropecuário no terceiro trimestre de 2021”, diz a nota.
Sem fazer previsões, o ministério avalia que há fatores positivos para ajudar o PIB, enquanto o mercado espera praticamente uma estagnação. Apenas daqui duas semanas, a pasta irá divulgar novas projeções sobre o crescimento da economia. Por enquanto, a previsão é de um crescimento de 2,1%.
O governo afirma que as taxas de emprego estão retomando às médias históricas e que há uma boa perspectiva dos investimentos privados. “Ademais, os dados do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) indicam que deverão ser investidos cerca de R$ 78 bilhões neste ano”, diz o texto.