Viagem

Moraes, do STF, manda Planalto informar motivos e custos de ida de Carlos Bolsonaro à Rússia

Ministro apontou que fato pode ter relação com investigação sobre milícias digitais

Ministro do STF Alexandre de Moraes - Wikipedia

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que o Palácio do Planalto forneça detalhes sobre a viagem à Rússia do vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, acompanhando a comitiva presidencial, no mês passado.

Para Moraes, a viagem pode ter relação com a investigação sobre milícias digitais bolsonaristas, que tramita no STF. Carlos Bolsonaro é citado como um dos integrantes do chamado gabinete do ódio, grupo responsável por ataques às autoridades e às instituições democráticas nas redes sociais.

"Determino (que) seja oficiado à Presidência da República para que, no prazo de cinco dias, informe as condições oficiais de participação de Carlos Bolsonaro, vereador pelo município do Rio de Janeiro, na comitiva presidencial que realizou a referida viagem internacional, inclusas as informações sobre os gastos realizados e eventuais diárias pagas, bem como a agenda realizada", escreveu na decisão.
 

O ministro também determinou que a Câmara de Vereadores do Rio informe se Carlos solicitou licença de seu mandato para realizar a viagem.

A apuração sobre a participação de Carlos Bolsonaro na viagem foi solicitada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que apontou as suspeitas do envolvimento do governo russo em ataques às eleições de outros países.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) havia apontado que não existia relação da viagem de Carlos Bolsonaro com o objeto do inquérito das milícias digitais e solicitou a Moraes que retirasse o caso do escopo da investigação, mas o ministro negou o pedido.

"A despeito da manifestação do Parquet, os fatos noticiados guardam aparente relação com o objeto destes autos, sendo necessária a adoção de medidas para seu completo esclarecimento", escreveu.