Cruz Vermelha destaca falta de acordo sobre rotas de evacuação na Ucrânia
Esforços para evacuar civis da cidade portuária através dos corredores humanitários falharam pelo segundo dia consecutivo no domingo
A Cruz Vermelha Internacional esclareceu nesta segunda-feira (7) que sua equipe, e os civis que os acompanhavam, não conseguiram deixar a cidade ucraniana sitiada de Mariupol porque não havia acordo entre Moscou e Kiev sobre rotas de evacuação seguras.
Esforços para evacuar civis da cidade portuária, palco de combates ferozes, através dos chamados corredores humanitários falharam pelo segundo dia consecutivo no domingo, quando Rússia e Ucrânia se acusaram mutuamente de desrespeitar o acordo de cessar-fogo.
Dominik Stillhart, diretor de operações do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), disse à rádio BBC, sobre os corredores humanitários, que "o problema ou o desafio é conseguir que ambas as partes cheguem a um acordo que seja concreto, viável e preciso".
"Passamos dias e dias conversando com eles para um acordo suficientemente preciso para que possa ser aplicado posteriormente", declarou, lembrando que ainda há problemas, por exemplo, sobre os itinerários.
Citando uma equipe do CICV em Mariupol, ele explicou que "estavam prontos ontem (domingo), embora não estivesse totalmente claro qual era o acordo".
Mas "assim que chegaram ao primeiro posto de controle, perceberam que a rota que lhes foi informada estava de fato minada", acrescentou.
"Por isso é tão importante que ambas as partes tenham um acordo claro para que depois possamos implementá-lo no terreno", insistiu.
Os militares russos anunciaram hoje a abertura de vários corredores humanitários e o estabelecimento de cessar-fogo local para evacuar civis das cidades ucranianas de Kharkiv, Kiev, Mariupol e Sumy.
No entanto, a Ucrânia rejeitou categoricamente a proposta, afirmando que "não é uma opção aceitável", já que muitos se dirigem à Rússia e Belarus.