ELEIÇÕES 2022

Com filiação ao PSB encaminhada para ser vice de Lula, Alckmin tem histórico de embates com o PT

Alckmin esteve por mais de três décadas no PSDB e, durante esse período, protagonizou diversos embates com o PT

Geraldo Alckmin, presidente do PSB - Antônio Cruz/ Agência Brasil

Após reunião nesta segunda-feira, o ex-governador Geraldo Alckmin praticamente garantiu sua filiação ao PSB. Com o movimento, também deverá ser confirmada sua presença, como vice, na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Planalto.

O cenário harmônico entre os dois, no entanto, é recente: Alckmin esteve por mais de três décadas no PSDB e, durante esse período, protagonizou diversos embates com o PT — tanto enquanto adversário de Lula na disputa à Presidência, quanto em seus mandatos à frente do governo de São Paulo.



Confira a trajetória do ex-tucano até a guinada que o levou ao PSB

Herdeiro político do ex-governador de São Paulo Mário Covas, morto em 2001, de quem foi vice, Geraldo Alckmin se elegeu pela primeira vez em 1972, como vereador em Pindamonhangaba. Depois foi prefeito da mesma cidade, deputado estadual e federal, e governador.

Alckmin foi o político que governou o estado de São Paulo por mais tempo desde a redemocratização: de 2001 a 2006 e de 2011 a 2018. Ele se elegeu em 1994 vice-governador na chapa de Covas e, com a morte deste em 2001, assumiu o governo, se reelegendo em 2002. Renunciou em março de 2006 para disputar o Planalto, sendo derrotado. Alckmin voltou ao Palácio dos Bandeirantes em 2011, eleito no primeiro turno.

O tucano enfrentou forte oposição do PT enquanto esteve no comando do governo de São Paulo. Um dos pontos de tensão foi durante uma reintegração de posse em 2012 no bairro Pinheirinho, em São José dos Campos, que terminou com sem-tetos feridos e presos. A gestão de Alckmin também foi marcada por greve de professores e ocupação de escolas por estudantes contra o fechamento de unidades e realocação de alunos.

Na disputa presidencial de 2006, Alckmin comparou Lula a um “ladrão de carros” e disse que no governo federal havia uma “sofisticada organização criminosa”, em referência ao escândalo do mensalão. Ele também disse que, se eleito não faria privatizações, o que abriu uma crise no PSDB.

Após dizer, em um primeiro momento, que não via razão para o impeachment de Dilma Rousseff, Alckmin se uniu ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e passou a defender o afastamento da petista em 2016. Atualmente, Dilma é uma das vozes contrárias, no PT, à indicação de Alckmin para vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio do Planalto.

Após terminar as eleições de 2018 para a Presidência em quarto lugar, com 4,76% dos votos, e sem espaço no PSDB para disputar o governo de São Paulo este ano, Alckmin deixou o partido após 33 anos. Em uma reviravolta, abriu conversas para ser vice de Lula e vai se filiar ao PSB, de centro-esquerda.