Após desistência de Arthur do Val, prefeitos do Podemos pressionam por apoio a vice de Doria
Moro, pré-candidato do Podemos à Presidência, ficou sem palanque em São Paulo
Com o deputado Arthur do Val (Podemos) fora da disputa ao governo paulista, após o vazamento de áudios com declarações sexistas na última sexta-feira, o ex-ministro e pré-candidato do Podemos à Presidência Sergio Moro ficou sem palanque em São Paulo. Prefeitos e deputados da sigla fazem pressão pelo apoio ao vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB) na disputa estadual.
Antes mesmo da retirada da candidatura, 20 dos 22 prefeitos paulistas do Podemos já haviam declarado voto em Garcia. "Prefiro que o partido não lance candidato. Estamos em cima da hora, e uma candidatura ao governo é algo sério e relevante", disse o prefeito de Mogi das Cruzes, Caio Cunha.
Segundo ele, prefeitos, vereadores e deputados do partido podem ser o palanque de Moro no estado. A aliança com Garcia também é defendida pelos deputados estaduais Bruno Ganem e Ataide Teruel. "Já existe um alinhamento natural (com o Garcia)", disse Ganem.
Recém-chegado à legenda, o MBL pensa diferente e articula a escolha de outro nome entre seus quadros.
"(Renata Abreu) diz que o nosso acordo de ter uma candidatura do MBL está mantido", declarou o deputado Kim Kataguiri, citando o vereador de São Paulo Rubinho Nunes e o ex-secretário de Turismo do Rio, Cristiano Beraldo.
Procurada, Renata não respondeu sobre o suposto acordo. A ideia do MBL é rechaçada pelos prefeitos, que ameaçam até deixar o Podemos se isso acontecer. Para eles, o movimento gerou mais crises do que contribuição desde a filiação, há um mês. Eles lembram também de declaração dada por Kim, sobre a Alemanha ter errado ao criminalizar o nazismo.
"Ter um palanque a qualquer custo, e ainda escolhido pelo MBL, sem dúvidas vai causar uma debandada no partido", disse Igor Soares, prefeito de Itapevi.