Guerra na Ucrânia

Primeira-dama da Ucrânia condena 'assassinato em massa' cometido pelo Kremlin

Olena Zelenska enviou, nesta terça-feira (8), uma carta aberta à impressa internacional sobre a invasão russa à Ucrânia

Primeira-dama ucraniana, Olena Zelenska - Reprodução/Instagram

A primeira-dama ucraniana, Olena Zelenska, condenou, nesta terça-feira (8), o "assassinato em massa" de civis, inclusive crianças, cometido pelo Kremlin, em carta aberta à imprensa internacional sobre a invasão russa a seu país.

Em uma nota emocionada, Zelenska disse que a invasão russa da Ucrânia "era impossível de acreditar".

"Em 24 de fevereiro, todos acordamos com o anúncio da invasão russa", escreveu ela.

"Tanques cruzaram a fronteira ucraniana, aviões entraram no nosso espaço aéreo, lança-mísseis cercaram nossas cidades", acrescentou.

"Apesar das garantias da mídia de propaganda apoiada pelo Kremlin, que chama isto de uma 'operação especial', este é, de fato, um assassinato em massa de civis ucranianos", prosseguiu.

Ela mencionou a morte de crianças como "talvez as mais terríveis e devastadoras", nomeando vários dos mortos.

"Alice, de oito anos... Morreu nas ruas de Okhtyrka, enquanto seu avô tentava protegê-la", disse. "Polina, de Kiev... Morreu em um bombardeio com seus pais".

"Arseniy, de 14 anos, foi atingido na cabeça por destroços e não pôde ser salvo porque uma ambulância não conseguiu chegar até ele a tempo por causa dos intensos tiroteios", prosseguiu.

"Quando a Rússia diz que isto 'não é uma guerra contra civis', eu cito primeiro os nomes destas crianças assassinadas", afirmou.

'Fechar nossos céus'
O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, tem sido elogiado pelos discursos sobre a guerra e Zelenska tem experiência como roteirista para a produtora de comédias do marido.

Sua mensagem se concentrou no sofrimento da população civil, enquanto milhões deixam suas casas para fugir da incursão militar russa.

"Esta guerra está sendo travada contra a população civil e não apenas através de bombardeios", reforçou Zelenska.

"Nossas estradas estão lotadas de refugiados", afirmou.

"Olhe nos olhos destas crianças e mulheres exaustas, que levam consigo a dor e o coração partido de deixar para trás seus entes queridos e a vida que conheciam", prosseguiu.

Ela também mencionou problemas em se obter tratamento médico vital.

"Quão fácil é injetar insulina em um porão? Ou obter medicamentos para a asma sob fogo cerrado?", questionou.

"Sem mencionar os milhares de pacientes com câncer, cujo acesso essencial a tratamentos de quimioterapia e radiação agora foi atrasado indefinidamente", acrescentou.

Ela pediu "àqueles no poder para fechar nossos céus", embora a Otan tenha descartado impor uma zona de exclusão aérea.

Zelenska, de 44 anos, tem dois filhos com o presidente, um ex-ator de comédia.

Ela liderou uma campanha por melhor alimentação nas escolas e acompanhou Zelensky em viagens internacionais, tendo encontrado o príncipe William e sua esposa, Catherine, em 2020, na Grã-Bretanha.

A Presidência ucraniana não respondeu de imediato à pergunta sobre se Zelenska estaria agora em Kiev.