Reino Unido pede ao G7 para proibir importação de petróleo russo
Ministra britânica das Relações Exteriores, Liz Truss, apela por novas sanções contra a Rússia
O Reino Unido instou nesta quarta-feira (9) todos os países do G7 - o grupo das sete economias mais industrializadas do mundo - a "pôr fim ao uso de petróleo e gás russos", como fez Londres junto com os Estados Unidos.
"Putin deve fracassar", declarou a ministra britânica das Relações Exteriores, Liz Truss, durante uma visita aos Estados Unidos.
"Em nossa resposta" à invasão russa da Ucrânia, "devemos redobrar nossas sanções", disse ela durante uma visita a Washington.
Segundo a ministra, isso incluiria a desconexão "total" dos bancos russos do sistema internacional Swift.
A União Europeia já desligou sete bancos russos desta plataforma segura que permite operações-chave, mas mantém dois grandes estabelecimentos financeiros intimamente ligados ao setor dos hidrocarbonetos, devido à forte dependência de vários Estados europeus do gás russo.
Pela mesma razão, a UE não quer proibir a importação de energia russa por enquanto.
"A União Europeia importa 40% de seu gás da Rússia e entre 20% e 30% de seu petróleo, enquanto os Estados Unidos fazem 8% no caso do petróleo e não importam gás russo", afirmou a ministra francesa de Transição Ecológica, Barbara Pompili, que estava em Nova York como parte da presidência francesa da União Europeia.
"Não se pode passar de 40% a nada em cinco minutos", acrescentou, ao lembrar do plano europeu para que os 27 membros abandonem dois terços de suas importações de gás russo até o fim do ano.
Em um discurso que deve fazer em Washington na quinta-feira, Truss deve renovar seu chamado aos ocidentais para aumentarem a "pressão" sobre Moscou, segundo trechos divulgados por seu ministério.
"A era da complacência acabou" e os ocidentais não podem voltar "a autorizar o desenvolvimento de uma agressão similar sem controle". "Isso significa agir agora" e "ser fortes", deverá dizer Truss, segundo os trechos divulgados.
Mudança de paradigma
Considerando que a guerra na Ucrânia constitui uma "mudança de paradigma", assim como os atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, defende uma aproximação maior quanto à segurança internacional.
"A forma como vamos responder hoje criará as bases desta nova era. Se não respondermos ao expansionismo de (o ex-presidente russo, Vladimir) Putin, será enviada uma mensagem perigosa a potenciais agressores e pessoas autoritárias no mundo", avaliou Tuss.
Nesta quarta, Antony Blinken também disse estar "absolutamente convencido de que Putin acabará fracassando".
"A Rússia sofrerá uma derrota estratégica, independentemente de seus ganhos táticos de curto prazo na Ucrânia", destacou.
Blinken afirmou que as sanções já "apagaram 30 anos de progresso na integração da Rússia com o resto do mundo" e prometeu continuar "aumentando a pressão" sobre o presidente russo, Vladimir Putin.
Ele também pediu "ao Kremlin para permitir imediatamente que os civis ucranianos deixem com segurança as cidades ucranianas sitiadas pelas forças russas" e acusou Moscou de "bloquear" essas saídas.
"A proposta do Kremlin de criar corredores humanitários que levem à Rússia ou a Belarus é absurda. É ofensivo sugerir que os ucranianos devem buscar refúgio neste mesmo governo que mostra tanto descaso por suas vidas", destacou Blinken.