Futebol

Arruda, futebol e SAF: veja as principais propostas dos candidatos à presidência do Santa Cruz

Nesta segunda-feira (14), no formato de votação indireta, eleições no Arruda definirão o futuro do clube até o fim de 2023

Escudo do Santa Cruz - Divulgação/Santa Cruz

O estádio do Arruda, que, no passado, recebeu inúmeras decisões do Santa Cruz dentro de campo, será mais uma vez o palco de um pleito que influenciará o futuro do clube nas próximas temporadas. Na noite desta segunda-feira (14), os conselheiros votarão em quem, entre Antônio Luiz Neto, Albertino dos Anjos e Alexandre Mirinda, irá assumir o Tricolor até o fim de 2023. A escolha será de maneira indireta, sem participação dos sócios e no modelo híbrido (presencial e online), com votação ocorrendo das 20h às 22h.

O processo foi convocado pelo presidente do Conselho Deliberativo, Marino Abreu, na última segunda-feira (7), logo após a renúncia do ex-presidente Joaquim Bezerra. Em fevereiro de 2021, o antigo líder do executivo do clube foi eleito para o triênio de 2021-2023, porém, após uma gestão polêmica dentro e fora das quatro linhas, anunciou a saída no dia 5 de março.

Inicialmente, além de ALN e Albertino, Waldemar Oliveira seria o terceiro concorrente. Porém, na última sexta-feira (11) ele abdicou da candidatura da principal. Um dia antes do pleito, a reviravolta: o então integrante da comissão eleitoral, Alexandre Mirinda, renunciou ao posto para se tornar candidato à presidência, convidando Waldemar para ser o vice.

Perfis dos candidatos

Antônio Luiz Neto, chapa 3, já assumiu o cargo entre os anos de 2011 e 2014, além de assumir outras posições dentro do clube, incluindo a gestão do Conselho Deliberativo e da Comissão Patrimonial. O vice dele é Jairo Rocha. Albertino dos Anjos, ex-diretor de futebol do clube no ano de 2011, já concorreu a presidência no ano de 2017, porém, foi derrotado por Constantino Júnior. Na última gestão, participou do departamento de futebol, em logística. A chapa dele é composta com Fred Guimarães. Já Mirinda foi presidente do Tricolor entre os anos de 1993 e 1994 e, se ganhar, terá Waldemar Oliveira como vice-presidente - nome que disputaria o cargo máximo, mas abdicou do posto principal.

 

O processo ocorre em meio a outra movimentação crucial nos bastidores do Tricolor. O Santa Cruz terá, no próximo dia 27 de março, uma votação aberta para definir, ou não, a implementação do modelo de Sociedade Anônima de Futebol (SAF). A iniciativa busca um capital externo para contornar os problemas financeiros nos cofres do José do Rego Maciel, com uma dívida de aproximadamente R$ 280 milhões. Ao todo, 3.416 sócios estão aptos a votar. 

A Folha de Pernambuco entrou em contato com os candidatos à presidência do Santa Cruz, questionando sobre suas principais propostas, reformas estruturais no Arruda, posicionamento sobre a possibilidade de mudanças no modelo de gestão e os próximos passos a serem tomados no futuro do clube. Até o fechamento da matéria, Alexandre Mirinda não retornou às ligações para atender à reportagem.

CHAPA 2 

Foto: Anderson Stevens/Arquivo Folha de Pernambuco

Albertino dos Anjos
vice: Frederico Cláudio de Guimarães

Próximos passos
“Meu propósito maior é levar um pouco desta experiência profissional para criar um modelo de governança que, infelizmente, Joaquim Bezerra não conseguiu implantar por conta de uma série de situações adversas”. 

“Quem me conhece sabe da minha história. Fui diretor de futebol em 99 e 2000, deixamos  clube na Série A. 10 anos depois eu voltei para gestão em 2011 e 2012, com Antônio Luiz Neto como presidente, onde montamos um time barato e classificado. Meu sangue que corre na veia é Santa Cruz, tenho experiência e formação. Na última gestão eu não participei da gestão de futebol então não posso responder por erros e acertos, mas quero voltar a trabalhar no problema do futebol”. 

Arruda
“A reforma no Arruda tem que acontecer de imediato, Porém quando você não tem dinheiro, você deve buscar parceiros que possuem o interesse em investir e nenhum vai investir por paixão, e sim para fazer negócios. Então tudo passa pela questão da SAF, porque os investidores querem um estádio apto e moderno para que eles possam captar recursos. Então o clube e o estádio tem que passar por uma reforma, buscando, com competência, os parceiros certos”. 


SAF
“A gente precisa reestruturar uma série de situações no modelo de gestão para que o clube tenha um oxigênio novo, e isso passa na questão do recurso financeiro, nós temos investidores, inicialmente falando, que querem vir para o clube e tem interesse de que a SAF seja aprovada, assim como nós. Mas isso será uma coisa a médio prazo, mas existem empresas interessadas em participar do futebol do clube, investir na folha salarial e organizar o clube financeiramente. Essa organização financeira é importante, a gente sabe que o Santa Cruz tem uma série de dívidas, um passivo grande que precisamos negociar”. 


CHAPA 3

Foto: Ed Machado/Folha de Pernambuco

Antônio Luiz Neto
Vice: Jairo Rocha

Próximos passos
“Meu objetivo é que a tradição de competência do Santa Cruz se faça presente, fazendo com que os antigos dirigentes participem do clube, além de trazer a modernidade que sempre foi uma marca do Santa. O clube sempre foi pioneiro junto à sua torcida em relação a isso. Eu acredito muito no clube e tenho certeza que unidos, pacificados, conseguiremos levantar o Santa Cruz de novo". 

“Temos um grupo de jovens empresários tricolores conosco, outros mais experientes com vontade de ajudar o clube. Isso tudo fazendo uma administração como fizemos da primeira vez, vamos fazer o Santa voltar ao seu lugar de grandeza. A torcida pode confiar que temos homens sérios, honestos, que pensam no Santa Cruz para fazer uma grande gestão”.  

Arruda
"O Santa sempre teve uma organização forte nesta área patrimonial. Tenho certeza que juntando os atuais dirigentes com outras pessoas que querem nos ajudar, conseguiremos fazer as reformas necessárias no Arruda, para ele voltar a receber jogo. Já fui do patrimonial, conheço tricolores que se colocaram à disposição para ajudar, inclusive o atual presidente do CREA. Ele já disse que quer voltar para colaborar, é a vontade dele. Muitos querem voltar a colaborar".

SAF
"SAF é uma coisa que surge como novidade no Brasil, já virou uma lei federal. É uma possibilidade dos clubes criarem uma S/A para captar recursos. O Santa Cruz tem várias formas de gerar uma SAF, temos que estudar isso. Agora, sou a favor de preservar o patrimônio do clube, CT, estádio... Tenho certeza que certamente que tirando o Santa dessa situação, tirar da Série D, voltar para a C, depois B, com a nossa experiência, conseguiremos restaurar o Santa Cruz. Já fui contactado por duas ou três empresas, fizemos chamadas de vídeo para tratar sobre SAF, ficaram satisfeitos. O clube tem condição de buscar isso para dar melhor condição de fazer um futebol e quitar as dívidas".