Guerra na Ucrânia

Mesquita com 80 civis é bombardeada em Mariupol, um porto no sudeste da Ucrânia

Corredores humanitários deverão ser reabertos nos próximos dias

Chanceler ucraniano, Dmitry Kuleba - Olivier Douliery/Pool/AFP

Uma mesquita que abrigava 80 civis, incluindo turcos, foi bombardeada em Mariupol, um porto no sudeste da Ucrânia onde milhares de pessoas estão cercadas há dias, disse o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia neste sábado (12).

"A mesquita do sultão Suleiman, o Magnífico, e sua esposa Roxolana, em Mariupol, foi bombardeada pelos invasores russos", disse o ministério no Twitter. 

"Mais de 80 adultos e crianças estão se refugiando lá, incluindo cidadãos turcos", acrescentou, sem especificar quando ocorreu o bombardeio. 

O governo turco se recusou a reagir neste sábado aos relatos do atentado à mesquita. O Ministério das Relações Exteriores da Turquia, contatado pela AFP, disse que "não tinha informações". 

O consulado turco em Odessa, um importante porto no sul da Ucrânia, pediu aos cidadãos turcos em Mariupol no Twitter em 7 de março que se refugiassem na mesquita atacada, "com o objetivo de evacuar nosso país". 

A AFP não conseguiu entrar em contato com o consulado. 

A estratégica cidade de Mariupol, bombardeada por dias, sofre um cerco devastador. Os habitantes, entrincheirados em porões, estão isolados, sem água, gás ou eletricidade e até brigam para conseguir comida. É uma situação "quase desesperadora", alertou Médicos Sem Fronteiras (MSF) na sexta-feira.

"Mariupol é agora a pior catástrofe humanitária do planeta", com "1.582 civis mortos em 12 dias", disse o chefe da diplomacia ucraniana, Dmytro Kuleba, na sexta-feira. 

Um hospital infantil e uma maternidade foram atacados na quarta-feira, matando três pessoas e ferindo muitas outras, provocando protestos internacionais. 

Nesse contexto, uma nova tentativa de corredor de evacuação está planejada para permitir que os civis deixem a cidade em direção a Zaporizhzhia, cerca de 200 km a noroeste, segundo a vice-primeira-ministra ucraniana Iryna Vereshchuk. 

Há dias, os ucranianos alegam que o exército russo está bombardeando a rota de evacuação.

Como nos dias anteriores, os corredores humanitários ao redor de Kiev também devem ser reabertos, para evacuar a população das cidades a noroeste da capital ucraniana. 

"Espero que o dia corra bem, que as rotas planejadas sejam abertas e que a Rússia respeite suas obrigações em relação ao cessar-fogo", disse Vereshchuk, em um vídeo divulgado pela presidência ucraniana. 

Enquanto o exército russo continua avançando e se posicionando em torno de Kiev, os ataques atingiram a cidade de Vasylkiv, cerca de 40 quilômetros ao sul da capital, na manhã de sábado.

Oito foguetes russos atingiram o aeroporto local por volta das 7h (horário local, 02h00 em Brasília), que foi "completamente destruído", disse a prefeita Natalia Balassinovich em sua conta no Facebook. Um depósito de petróleo também foi atingido e pegou fogo, acrescentou.