vida plena

Pandemia pode ter acentuado atraso na fala de crianças; saiba como estimular o desenvolvimento

A ajuda profissional vai ajudar a identificar as causas bem como indicar o tratamento adequado

O estímulo precisa ser diário e constante - Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Um dos momentos mais aguardados pelos pais é quando a criança começa a falar. As primeiras palavrinhas, como "mama" e "papa", ainda que não estejam totalmente corretas, são bastante festejadas. Normalmente, elas costumam aparecer próximo de completar o primeiro ano de vida, conforme o marco de desenvolvimento infantil estipulado por profissionais da área (veja mais no infográfico). No entanto, o isolamento social provocado pela pandemia acabou atrasando o desenvolvimento dessa fase em algumas crianças.

A queixa parte tanto de alguns pais, que perceberam que os filhos estão demorando mais para começar a falar, quanto dos profissionais, que notaram um aumento da procura por ajuda nessas questões. A otorrinolaringologista e especialista em foniatria Raquel Rodrigues contou que já existem estudos preliminares que relacionam a pandemia a esse atraso no desenvolvimento, quando comparam com as crianças que viveram essa fase antes do isolamento.

"A pandemia limitou algumas vivências e experiências que são fundamentais para o desenvolvimento das crianças, principalmente nessa fase de descobertas e socialização", explica a profissional. Ainda de acordo com Raquel, além da ausência de interação com outras crianças, que seria fundamental nessa fase, existe uma maior exposição às telas, que não apresenta benefícios para a fala.

Raquel Rodrigues, otorrinolaringologista especialista em foniatria - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Formas de comunicação

A fonoaudióloga Karina Oliveira comenta que a fala oral é uma das últimas etapas desse processo de desenvolvimento. "A comunicação de uma criança começa bem antes dos primeiros sons emitidos por ela. A linguagem acontece no olho no olho, nos balbucios, nos gestos. Tudo tem um momento para começar a acontecer, e qualquer atraso já deve chamar a atenção.”

probióticosAos dois anos, a pequena Sofia ainda não falava. Se comunicava apenas apontando para os objetos. E isso chamou a atenção da mãe, Suelayne Almeida, 31, que tratou de buscar ajuda. “Eu sabia que tinha algo errado porque aos dois anos as crianças já estão falando, e ela não fazia isso”, explicou. O diagnóstico de Sofia descartou problemas genéticos demais distúrbios, sendo um atraso apenas por falta de estímulos.

Com os estímulos adequados, Sofia tem evoluído no desenvolvimento da fala - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Importância de buscar ajuda

Desde que começou o acompanhamento, Sofia evoluiu bem a sua linguagem e já consegue se comunicar por meio da fala. “Ela começou a ser estimulada pela profissional, que logo nos ensinou como estimular em casa. E, em casa, esse estímulo é o tempo inteiro. Conversando, falando, narrando tudo. E tem surtido efeito”, detalhou Suelayne.

A fonoaudióloga Karina Oliveira salienta que o fato de a pandemia ter influenciado no atraso, o tratamento deve ser buscado o quanto antes. “Muitas dessas crianças provavelmente já apresentariam alguma demora, e a pandemia só acentuou. Por isso, não deve ser minimizado, pois qualquer atraso nessa fase pode refletir em problemas no futuro”, finalizou Karina.

#vidaplenajaymedafonte