NEGOCIAÇÕES

Com mais de 20 interessados, venda do Chelsea deve ser acertada até o fim deste mês

Raine Group teve conversas positivas com o governo do Reino Unido por autorização especial

Logo do Chelsea - JUSTIN TALLIS / AFP

O Chelsea está perto de se livrar dos congelamentos impostos pelas sanções do governo britânico a seu proprietário, o bilionário russo Roman Abramovich. Segundo a norte-americana Raine Group, consultoria financeira que toca o processo de venda do clube, a expectativa é que o negócio seja concluído até o fim deste mês.

No sábado (12), a empresa enviou comunicado a interessados na compra do clube garantindo que o processo de venda seguiria normalmente. O clube vem atuando sob uma licença especial do governo e teve que congelar vendas de ingressos e produtos oficiais, negociações de transferências e contratos e até mesmo a venda do clube em si.

Mas a situação deve mudar após conversas positivas com o governo do Reino Unido, que já havia aberto caminho para garantir autorizações especiais na licença que permitissem a venda. "Entendemos que o sucesso no processo requer que uma licença especial seja aprovada pelo governo, que verificará tanto a origem quanto o uso do dinheiro. Trabalharemos com as autoridades para garantir essa licença", diz o comunicado da consultoria.

Segundo a emissora britânica "BBC", as conversas estão adiantadas, e a tendência é que o dinheiro seja destinado a organizações filantrópicas, evitando que caia nas contas de Abramovich. Até agora, mais de 20 partes já se mostraram interessadas e o prazo para propostas termina nesta sexta-feira (18).

A expectativa é que após a obtenção da licença, o processo leve poucas semanas para ser concluído. No início deste mês, Richard Masters, executivo-chefe da Premier League, comentou as possibilidades à própria "BBC".

"O processo de venda mais rápido que fizemos durou 10 dias, mas pode ser superado. Normalmente, é questão de semanas, mas depende da complexidade e do número de proprietários".

Enquanto isso, o Chelsea amarga um início de crise financeira. O clube viu seus dois principais patrocinadores, a Hyundai e a Three, suspenderem seus acordos, além de ter as contas e os cartões de crédito corporativos bloqueados para análise. Atualmente, o clube pode utilizar um limite de 28 mil libras (185 mil reais) para viajar para partidas.

As sanções a Abramovich se dão pela suposta ligação ao governo de Vladimir Putin, na Rússia. Em meio à invasão russa na Ucrânia, que já dura quase três semanas, o magnata é acusado de ser um dos oligarcas de confiança do mandatário.