Com revanche entre Verstappen e Hamilton ou renascimento da Ferrari, começa a temporada 2022 da F1
Sinopse é promissora com a revolução na Fórmula 1: além do recorde de 23 Grandes Prêmios, esta temporada também traz o novo regulamento, com uma revisão completa nos carros
A espera acabou: três meses após sua vitória espetacular em Abu Dhabi, Max Verstappen (Red Bull) inicia a luta pelo bicampeonato no Bahrein, neste domingo (16), contra seu rival, que busca uma revanche, Lewis Hamilton (Mercedes) e com a Ferrari determinada a lutar novamente pelas primeiras posições.
A sinopse é promissora com a revolução na Fórmula 1: além do recorde de 23 Grandes Prêmios, esta temporada também traz o novo regulamento, com uma revisão completa nos carros. O objetivo é oferecer mais espetáculo e permitir que mais equipes ganhem.
Mas uma revolução pode ser lenta. Os resultados obtidos durante os testes de inverno, primeiro em Barcelona e depois no Bahrein, deixaram Mercedes e Red Bull ocupando as primeiras posições. Será que o duelo de titãs entre Verstappen e Hamilton, vencido de forma controversa pelo primeiro na polêmica dos últimos segundos de Abu Dhabi, voltará a se repetir?
Verstappen, de qualquer forma, parece pronto para desempenhar o mesmo papel novamente. Depois de ser o melhor piloto de 2021 (10 vitórias contra 8 de Hamilton, 10 poles contra 5), o holandês de 24 anos terminou a pré-temporada na liderança.
Oitavo título para Hamilton?
Entre o título e o desempenho de seu Red Bull, Verstappen chega cheio de confiança. O filho de Jos, também ex-piloto de F1, esperava por esse momento desde sua chegada à elite em 2015, aos 17 anos. Nascido para vencer, ele quer alcançar Hamilton no panteão.
Mas o britânico volta a lutar pelo recorde, o octacampeonato mundial, para ultrapassar o alemão Michael Schumacher e chegar sozinho ao topo da classificação de todos os tempos. Um oitavo título que ele achava ter conquistado, antes de ser ultrapassado na última volta da última corrida em 12 de dezembro.
No entanto, antes do duelo com Verstappen, o britânico de 37 anos parecia pessimista no sábado: "No momento, não acho que possamos lutar pela vitória, mas o carro tem potencial para chegar lá", explicou no último dia de testes.
Pode ser um blefe, será preciso ver o que Hamilton (16º no treino do Bahrein) e seu novo parceiro, seu ambicioso compatriota George Russell (5º melhor tempo) podem fazer.
O papel de Russell para Hamilton também terá que ser observado: ele será um companheiro modelo, como seu antecessor finlandês Valtteri Bottas, agora na Alfa-Romeo? Ou será uma dor de cabeça? Na Red Bull, a resposta deve ser mais simples, sem que o mexicano Sergio Pérez represente uma ameaça ao número um de sua equipe.
Haverá um piloto atrás que pode surpreender? De qualquer forma, essa é a intenção: redistribuir as cartas com novas regras aerodinâmicas e um teto orçamentário em vigor a partir de 2021 (142,4 milhões de dólares em 2022).
Renascimento da Ferrari?
A Fórmula 1 apresenta como novidade a volta do efeito solo, proibido nos anos 80, que 'gruda' os carros no asfalto. Em teoria, isso deve permitir que um carro resista melhor aos fluxos de ar que escapam do carro da frente para ultrapassar com mais facilidade.
Anunciado em 2019 e atrasado em um ano devido à pandemia, agora é a hora e toda a Itália estar assistindo. Porque se Ferrari é sinônimo de Fórmula 1, a equipe já não brilha tanto. Desde 2008 não ganha um título de construtores e desde 2007 um piloto (Kimi Raikkonen) da escuderia italiana não é campeão.
Depois de um ano para esquecer em 2020, o pior dos últimos 40 anos, a equipe vermelha recupera o otimismo. Em 2021, a Ferrari foi a terceira mais forte e tem mostrado sinais promissores na pré-temporada. Graças a um carro com melhor performance e uma boa dupla de pilotos, com o monegasco Charles Leclerc (24 anos) e o espanhol Carlos Sainz (27 anos), a equipe com mais títulos da história quer renascer.
Na mesma linha, a McLaren também espera voltar aos holofotes, com o britânico Lando Norris, de 22 anos, e o australiano Daniel Ricciardo, de 32. Quarta em 2021, a equipe não conquista um título de construtores desde 1998 e desde 2008 com um piloto, o então jovem Lewis Hamilton.
A equipe francesa Alpine, quinta em 2021 com seus pilotos Esteban Ocon e Fernando Alonso, também busca melhorar este ano. Mas o duelo será pesado, principalmente com AlphaTauri (Pierre Gasly e Yuki Tsunoda) e também Aston Martin (Sebastian Vettel - Lance Stroll).
Todas estas escuderias sonham em repetir a façanha da Brawn GP em 2009, ano também de grande mudança de regulamento, em que a equipe britânica e o piloto britânico Jenson Button surpreenderam todas as previsões, sagrando-se campeões.