'3 Tonelada$: Assalto ao Banco Central': relembre o crime retratado em série da Netflix
Nova produção documental da plataforma de streaming aborda roubo de grandes proporções no Ceará
Estreou nesta quarta-feira (16), na Netflix, a produção brasileira “3 Tonelada$: Assalto ao Banco Central”. A série documental, baseada em um crime real, reconta a história de um dos maiores roubos do Brasil, ocorrido em 2005, em Fortaleza, no Ceará.
Além de um amplo material de arquivo, o documentário traz depoimentos inéditos, inclusive dos criminosos envolvidos e de policiais que trabalharam nas investigações. Com três episódios de 50 minutos cada, a produção reconstitui momentos-chave do crime.
Relembre o caso
Na época, o crime de proporções cinematográficas ganhou grande repercussão midiática. Após cavarem um túnel com quase 80 metros de comprimento, ladrões invadiram o cofre do Banco Central do Brasil em Fortaleza, levando mais de R$ 160 milhões, o equivalente a 3,5 toneladas de dinheiro vivo. O golpe milionário acabou deixando um rastro de extorsões, sequestros e assassinatos.
Uma falsa empresa de grama sintética foi aberta pela quadrilha, próxima ao banco, para servir de fachada. Usando pá de jardinagem, o grupo trabalhava em turnos de até sete pessoas na escavação do túnel. Para não levantar suspeitas, até bonés estampados com o nome da firma de mentira chegaram a ser distribuídos.
Cerca de 900 tábuas de madeira foram usadas na construção do túnel, que contava com um sistema de ventilação, iluminação e linha para interfone, já que os bandidos não usavam telefone para não deixar provas. Após a descoberta do roubo, o policial Enéas Sobreira precisou rastejar por uma hora até o fim da passagem.
Reconstrução do túnel
A passagem subterrânea usada pelos ladrões foi reconstruída para o documentário em um galpão em Embu das Artes, em São Paulo. Com base em depoimentos e fotos da perícia cedidas pela Polícia Federal, a equipe buscou preservar as dimensões originais do túnel e os objetos encontrados pelos peritos.
Para que a câmera acompanhasse a movimentação da reencenação, a réplica do túnel foi construída com aberturas nas laterais e em sua parte frontal. A gravação no local durou apenas um dia, enquanto a construção levou 15 dias.
Números do assalto
34 criminosos envolvidos diretamente no crime;
75 metros de túnel cavado e aproximadamente 11 horas de assalto;
164,5 milhões de reais roubados - 3,5 toneladas de cédulas de 50 reais não rastreáveis;
5 anos de investigação e mais de 200 policiais federais de diversos estados estiveram envolvidos na operação ao longo dos anos;
Mais de 160 pessoas envolvidas em lavagem de dinheiro nos anos posteriores ao furto;
129 pessoas foram indiciadas no processo por envolvimento direto no furto ou por lavagem de dinheiro e cerca de 500 testemunhas foram ouvidas;
Nas condenações em 1ª instância, as penas somadas chegaram a 2.452 anos de prisão.