COLISÃO NA TAMARINEIRA

Julgamento de João Victor Ribeiro é suspenso e será retomado nesta quinta-feira (17)

Julgamento seguirá nesta quinta-feira (17) - Ed Machado/Folha de Pernambuco

Após um depoimento de mais de quatro horas, que se estendeu pela tarde desta quarta-feira (16), a sessão do julgamento de João Victor Ribeiro, réu no caso da "tragédia da Tamarineira", foi interrompida por decisão do corpo de jurados que compõe o júri popular.

O julgamento será retomado nesta quinta (17), às 9h, no Fórum Desembargador Rodolfo Aureliano, no bairro da Ilha Joana Bezerra, área central do Recife.

Com a conclusão das ouvidas das testemunhas, será realizado o depoimento do réu. Depois disso, haverá a fase de debates entre a defesa e acusação para, enfim, sair a decisão do júri sobre a inocência ou culpa do acusado.

Ao longo da tarde, foi feito o interrogatório do psiquiatra Hewdy Lobo. Ao fim do depoimento, a juíza que preside a sessão, Fernanda Moura de Carvalho, consultou o júri sobre a continuidade dos trabalhos e ficou decidido que todas as próximas etapas, incluindo o depoimento do réu, ficaria para o dia seguinte.

Um dos sobreviventes da colisão, Miguel Arruda disse considerar difícil aceitar a linha da defesa, que leva em conta que João Victor sofre de transtornos mentais graves.

"No início, era tudo favorável à defesa. Mas, ao longo do interrogatório, principalmente com a entrada do Ministério Público e da acusação, era tudo desmoronado. Pessoas que vieram para cá para dar opiniões pessoais e jamais tiveram contato com o réu para saber se ele é imputável ou inimputável. Isso é até motivo para emitir um ofício para o Conselho Regional de Medicina, e tem que ser apurado, sim", afirmou.

Miguel também se diz confiante na condenação máxima. "A gente sabe que [a penalidade] não vai para o 'teto' porque ele é réu primário, mas tenho esperança, sim. Dentro do possível, será a pena exemplar", comentou.

Procurada pela reportagem, a defesa de João Victor Ribeiro disse que não irá se pronunciar sobre possíveis contestações à conduta dos médicos arrolados como testemunhas.