Águas-Vivas de até 10kg são vistas nas praias do Rio de Janeiro
De acordo com especialistas, as dimensões avantajadas não são motivo para alarde:
As águas-vivas já são conhecidas pelos banhistas das praias cariocas e também por quem frequenta a Região dos Lagos. Mas, agora, quem estiver passando tempo no mar precisa ficar atento ao tamanho delas.
No último sábado, dia 12, águas-vivas de quase 10 kg foram vistas por pescadores passando pelas praias da Ilha do Japonês e no bairro do Canal, famoso pelas casas centenárias tombadas. Contudo, de acordo com especialistas, as dimensões avantajadas não são motivo para alarde: ser grande não significa ser mais perigosa.
O biólogo marinho e presidente de honra do AquaRio, Marcelo Szpilman descreve as águas-vivas como “guarda-chuvas”, e é do “cabo” que saem os braços, cuja função é a de capturar peixes e levá-los até a boca.
— Quanto mais frágil for o braço, mais peçonhenta é a água-viva. Então, ser grande não é sinônimo de perigo. Quanto maior a água-viva, mais resistente serão seus braços, pois a potência da peçonha acaba sendo menor, já que eles conseguem segurar, por exemplo, um peixe com menos esforço do que as águas-vivas menores, que precisam de uma potência maior para matar os animais e conseguir se alimentar — explicou Marcelo.
No caso de águas-vivas, sejam elas grandes ou pequenas, o que difere o perigo entre elas é a potência da peçonha. Ou seja, o quanto ela pode paralisar um outro organismo na hora que as cápsulas explodem. Quando um organismo passa próximo aos braços, eles o enrolam e as cápsulas presentes estouram, saindo o veneno, que é a substância urticante.
O risco de uma queimadura faz com que muitas pessoas tenham medo de se aproximar das águas-vivas. Szpilman explica que o que pode causar irritação ou queimação na pele são as toxinas que existem nos nematocistos, espécie de cápsulas que ficam no braço do animal.
Em relação ao vídeo da água-viva em Cabo Frio que circula nas redes sociais, o biólogo comenta parecer do gênero Aurélia e que, provavelmente, ela foi arrastada pela correnteza até o litoral. O mais importante: a espécie não apresenta grande perigo.
— A imensa maioria das águas-vivas presente no nosso litoral é inofensiva, gera apenas uma irritação no nosso organismo — disse Marcelo.
De acordo com o oceanógrafo David Zee, é importante que ninguém encoste ou tente pegar uma água-viva independentemente do tamanho.
— Caso aconteça, a pessoa não pode jogar água doce em cima do animal, pois isso estimula a explosão das cápsulas e aumenta a irritação do corpo. Se for queimado por uma água-viva, é importante jogar vinagre em cima dela e depois lavar a região com água salgada — recomendou.