Economia

Petróleo volta a passar dos US$ 100 o barril

Barril de Brent do Mar do Norte para entrega em maio fechou em alta de 8,79% a 106,64 dólares.

Petróleo - Oli SCARFF / AFP

Os dois barris de referência de petróleo subiram mais de 8% nesta quinta-feira (17), situando-se novamente acima dos 100 dólares, impulsionados pela guerra na Ucrânia, depois que o Kremlin rejeitou suspender sua ofensiva e a AIE expressou temores sobre a oferta petroleira.

Em Londres, o barril de Brent do Mar do Norte para entrega em maio fechou, assim, em alta de 8,79% a 106,64 dólares.

Enquanto isso, em Nova York, o West Texas Intermediate (WTI) para entrega em abril subiu 8,35% a 102,98 dólares.

"Os preços do petróleo aceleraram a alta depois que o secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmou que não vê sinais de que (o presidente russo) Vladimir Putin esteja pronto a parar e que os Estados Unidos temem que a China considere ajudar a Rússia", destacou Edward Moya, analista da Oanda.

"Não parece que esta guerra vá terminar logo e isso implica provavelmente em que os preços do petróleo poderiam ter outra forte alta", previu o analista.

Na Confluence Investment, Bill O'Grady destacou que "os fundamentos do mercado de energia são verdadeiramente altistas".

"Ignoro quanto petróleo e gás os russos conseguem exportar ainda, mas (o volume) deve estar diminuindo", afirmou à AFP.

"Observo com grande interesse se os russos estão enchendo seus reservatórios e se serão obrigados a cortar a produção, o que nos levaria a uma verdadeira penúria na vida real", alertou.

"A invasão russa continua determinando a evolução dos preços de certo modo, em vista de sua importância mundial (da Rússia) em termos de abastecimento", resumiu Victoria Scholar, da Interactive investor.

A Rússia é o segundo exportador mundial de petróleo.

Os preços também subiram após o relatório mensal da Agência Internacional de Energia (AIE), que sustentou na quarta-feira temer um forte "impacto" na oferta mundial de petróleo, em consequência das sanções à Rússia pela invasão da Ucrânia, e avaliou que o petróleo russo não poderá ser substituído de imediato.