Defesa do réu João Victor apresenta tréplica diante do júri: 'Não haverá um vencedor nesse tribunal'
Advogados pedem que o acusado João Victor seja encaminhado para tratamento, por ser dependente químico
No momento destinado à tréplica da defesa do réu João Victor Ribeiro Oliveira começou já no decorrer da noite desta quinta-feira (17). O advogado Gregório Ferraz, o primeiro a falar, contestou a linha de raciocínio da acusação, que descredibilizou os psiquiatras arrolados como testemunhas.
"Os profissionais que vieram aqui foram esculhambados. Eu não sou psiquiatra, não tenho como contestar um psiquiatra. E em nenhum momento do processo, a acusação trouxe um profissional para contestar os peritos ouvidos", alegou Gregório, que pontuou ainda que um dos peritos era um profissional público.
A defesa ainda continuou contrapondo as questões levantadas pela acusação, que teria apresentado apenas precedentes que não se equiparam à situação de João Victor, já que nenhum dos casos seria de um dependente químico.
"A acusação apenas nega e contradiz tudo o que foi dito por profissionais, mas não apresenta nenhuma prova. Ao longo de quatro anos e quatro meses, não houve uma contestação. O caso de João não é igual aos outros. Esse caso não vai permitir que as pessoas dirijam embriagadas, porque João é um dependente químico, não serve de parâmetro para a jurisprudência", continuou.
Ainda em defesa, o advogado Rawlinson Ferraz destacou que não haverá um vencedor nesse tribunal hoje, já que há o entendimento do que foi feito no acidente, mas que se pede um julgamento justo dada as condições do réu.
"Estamos aqui diante de um dependente químico. Há uma situação totalmente excepcional. E que há um acidente. Não neguem o direito desse rapaz de ser tratado. Ele não vai sair daqui livre. Mas ele precisa de tratamento", justificou Rawlinson.
Relembre o caso:
Em 26 de novembro de 2017, o então universitário João Victor Ribeiro, que tinha 25 anos na época, conduzia, alcoolizado, um Ford Fusion em alta velocidade e avançou o sinal vermelho no cruzamento da Rua Cônego Barata com a Avenida Conselheiro Rosa e Silva, no bairro da Tamarineira, atingindo um Toyota RAV4, onde estavam cinco pessoas.
A batida provocou a morte da funcionária pública Maria Emília Guimarães, de 39 anos; do filho dela, Miguel Neto, de 3 anos; e da babá Roseane Maria de Brito Souza, de 23 anos, que estava grávida.
O marido de Maria Emília, o advogado Miguel Arruda da Motta Silveira Filho, que estava ao volante do Toyota, e a filha Marcela Guimarães, na época com 5 anos, ficaram gravemente feridos, mas sobreviveram.