Aurélio Miguel, Fofão e Servílio Oliveira entram para Hall da Fama do COB
Trio de ex-atletas eternizou as mãos no espaço que reúne diversos nomes que marcaram história no esporte brasileiro
Salvador* - Além de grandes atletas que marcaram história no esporte brasileiro, com conquistas olímpicas, o ex-judoca Aurélio Miguel, a ex-jogadora de vôlei, Fofão, e o ex-boxeador, Servílio Oliveira, possuem outro ponto comum a partir de agora: todos estão eternizados no Hall da Fama Comitê Olímpico do Brasil (COB). O trio foi agraciado com a homenagem neste sábado (19), durante a segunda edição do Congresso Olímpico Brasileiro, realizado no Centro de Convenções de Salvador, na Bahia.
O mais experiente da lista, Servílio, de 73 anos, foi o primeiro brasileiro a conquistar uma medalha olímpica no boxe, com o bronze obtido em 1968, nos Jogos do México. O ex-boxeador chamou atenção para a necessidade de investir mais na formação de atletas da modalidade.
“O boxe já conquistou oito medalhas para o Brasil na história, mas ainda acho pouco. Somos um país de dimensão continental, com mais 210 milhões de habitantes. Acho que deveria existir mais investimento na base, na formação do atleta. Se você fizer isso, pode tirar um menino que está na marginalidade, fazendo a molecada aprender. É um trabalho preventivo, evitando ter que construir presídios amanhã”, afirmou.
Depois de Servílio, o boxe brasileiro ganhou medalhas olímpicas em Londres-2012, com Adriana Araujo (bronze), Yamaguchi Falcão (bronze) e Esquiva Falcão (bronze). No Rio-2016, Robson Conceição faturou o primeiro ouro para o esporte. Na edição de Tóquio 2020, Hebert Conceição também ganhou o ouro, com Beatriz Ferreira com a prata e Abner Teixeira levando para casa o bronze.
No vôlei, Fofão participou de cinco edições de Jogos Olímpicos, estreando em Barcelona-1992. A primeira medalha veio quatro anos depois, com o bronze em Atenas-1996. Feito repetido em Sydney-2000, até chegar ao ápice, com o ouro em Pequim-2008. “Foi uma emoção grande saber que as pessoas vão conhecer minha história. É sempre bom ser reconhecido por algo que você se dedicou à vida toda”, apontou a ex-jogadora, que elogiou o processo de renovação no esporte.
“Temos de ter paciência. São jogadoras que vão aprender o que é vestir a camisa da seleção brasileira. A renovação tem de acontecer também com a mescla com os mais experientes. Acho que essa geração está evoluindo a cada ano e, com tempo para trabalhar, teremos muito mais orgulho”, salientou.
Primeiro medalhista de ouro do judô nacional, em Seul-1988, o ex-judoca Aurélio Miguel salientou a importância do esporte no cuidado com a saúde. “A atividade física é sempre benéfica. No meu caso, quando nasci, tive um problema respiratório e os médicos me recomendaram alguma modalidade. Iniciei no judô e na natação. Primeiro, o intuito era melhorar a saúde, mas ao longo do tempo fui ganhando gosto, participando de competições e, de degrau a degrau, tive contato com os atletas que disputariam os Jogos de Moscou em 1980. Comecei a me preparar e conseguir realizar meus sonhos, de representar o judô do Brasil nas Olimpíadas e alcançar o lugar mais alto no pódio”, pontuou.
*O repórter viajou a convite do COB