"Bridgerton": o que esperar da segunda temporada da série da Netflix
Novos episódios têm menos cenas de sexo e enfatizam mais o poder feminino
Baseada nos romances da escritora norte-americana Julia Quinn, a primeira temporada de “Bridgerton” é um dos grandes êxitos recentes da Netflix em termos de audiência. Uma nova leva de episódios chega ao serviço de streaming nesta sexta-feira (25) e promete repetir o alcance de público. A Folha de Pernambuco teve acesso aos oito novos episódios da série e conta o que esperar desta segunda temporada (atenção para os spoilers a seguir!).
Nada de Duque
Para quem não sabe, o acordo firmado pela plataforma com a ShondaLand (produtora da toda-poderosa Shonda Rhimes, criadora de “Grey's Anatomy”) é de produzir oito temporadas da série, adaptando um volume da obra literária por vez. Cada um dos livros de Quinn é focado em um diferente irmão da nobre família Bridgerton, que busca encontrar bons casamentos dentro da alta-sociedade londrina do século 19.
Quem espera continuar suspirando pelo Duque de Hastings (Regé-Jean Page) pode esquecer. O foco, desta vez, é a procura do Lord Anthony Bridgerton (Jonathan Beiley), primogênito da família e visconde, por uma esposa. A atriz Phoebe Dynevor, que vive a jovem Daphne, até aparece em alguns momentos importantes da segunda temporada, mas sempre em passagens rápidas e desacompanhada do esposo “bonitão”.
O enredo
Anthony está disposto a casar o mais rápido possível com uma mulher ideal, mas sem ter a busca por um amor verdadeiro como prioridade. Seus planos mudam quando ele conhece Kate Sharma (Simone Ashley) e sua irmã mais nova, Edwina (Charithra Chandran), recém-chegadas da Índia.
O objetivo inicial do visconde é se casar com a caçula, que é apontada como o “diamante da temporada” pela rainha. Seu maior empecilho é vencer a resistência da irmã mais velha da pretendente, que tenta afastá-lo da garota ao descobrir suas intenções pouco românticas. A animosidade recíproca, no entanto, acaba aproximando os dois, complicando a situação de ambos.
Em comparação com a temporada passada, os novos episódios de “Bridgerton” são muito mais comedidos em relação à sensualidade. São poucas as cenas “quentes” e, embora a tensão sexual entre Anthony e Kate esteja no ar, o casal demora a engrenar.
Mulheres em destaque
Nesta segunda temporada, a luta das mulheres por um lugar de protagonismo dentro da sociedade ganha maior destaque. Ao longo da série, vemos as personagens femininas preocupadas com coisas muito mais relevantes do que abocanhar um “bom partido”.
Kate, por exemplo, está longe de ser uma mocinha típica dos romances açucarados. Sua obstinação em encontrar o marido ideal para a irmã está muito mais ligada à necessidade de proteger a própria família. Enquanto isso, arranjar um casamento para si própria não aparece como um objetivo. Suas habilidades montando a cavalo ou caçando são superiores às dos homens que conhece e, por isso, não aceita os “pitacos” do visconde.
Já Eloise Bridgerton (Claudia Jessie) reluta em assumir o papel de debutante. Fugindo de todos os possíveis pretendentes, ela conhece o assistente de impressão Theo Sharpe (Calam Lynch) ao tentar descobrir a identidade de Lady Whistledown. Com o rapaz, ela passa a trocar ideias revolucionárias e a participar de assembleias populares.
Também somos apresentados a um outro lado de Penelope Featherington (Nicola Coughlan) em seu trabalho como Lady Whistledown. Mais do que uma fofoqueira, a escritora secreta se revela uma grande mulher de negócios ao tornar seus panfletos em fonte de lucro. Sua identidade secreta, no entanto, está cada vez mais ameaçada pelas investigações da Rainha Charlotte (Golda Rosheuvel).
O que permanece
Com Chris Van Dusen de volta ao posto de showrunner, a produção segue usando a liberdade da ficção para ampliar a diversidade étnica no audiovisual. Personagens negros e asiáticos ocupam posições de poder, mesmo em uma trama de época ambientada na Europa.
Os figurinos e cenários deslumbrantes continuam sendo um dos pontos fortes da série. Mesmo com menos cenas de baile do que no ano anterior, as versões instrumentais de músicas modernas não deixam de aparecer. O público pode esperar por canções como “Material Girl” (Madonna), “Diamonds” (Rihanna) e “Wrecking Ball” (Miley Cyrus), por exemplo, em arranjos clássicos.