OTAN reforça sua unidade e G7 amplia sanções à Rússia por invasão à Ucrânia
De acordo com uma funcionária americana, os membros da OTAN também avaliaram a possível transferência à Ucrânia de mísseis anti-navio
A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) reforçou, nesta quinta-feira (24), seu apoio à Ucrânia e sua unidade contra a Rússia, enquanto o G7, grupo das 7 economias mais industrializadas do mundo, anunciou novas sanções contra Moscou.
Em uma cúpula extraordinária, realizada em Bruxelas, os líderes da OTAN condenaram "a invasão da Rússia à Ucrânia nos termos mais enérgicos possiveis" e escutaram o pedido de apoio militar "sem restrições" do presidente ucraniano.
Conectado por videoconferência, Volodimir Zelensky pediu explicitamente aos países da OTAN que entreguem à Ucrânia "1% dos seus aviões, 1% dos seus tanques" para enfrentar a invasão russa.
"Para salvar as pessoas e as nossas cidades, a Ucrânia necessita de uma ajuda militar sem restrições", disse o mandatário ucraniano, que alegou que a Rússia "utiliza, sem restrições, todo seu arsenal contra nós".
De acordo com uma funcionária americana, os membros da OTAN também avaliaram a possível transferência à Ucrânia de mísseis anti-navio, ainda que essa mesma fonte tenha admitido que essa possibilidade apresentava "desafios técnicos".
Em uma coletiva de imprensa, no fim da cúpula, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, recusou oferecer detalhes sobre os equipamentos bélicos que a Aliança repassará às forças ucranianas.
No entanto, assinalou que os líderes da OTAN seguiam preocupados com a possibilidade de que a Rússia utilize armamento químico, biológico ou nuclear na Ucrânia e, por isso, decidiu equipar suas forças no flanco oriental com equipamentos para enfrentar esse cenário.
A OTAN já despachou grupos táticos de combate na Estônia, Letônia, Lituânia e Polônia e se prepara para fazer o mesmo na Bulgária, na Romênia, Na Hungria e na Eslováquia.
Aumento de sanções
Em paralelo, o G7 (EUA, Alemanha, Japão, Reino Unido, França, Itália e Canadá), emitiu um comunicado onde se comprometem a trabalhar juntos para "acabar com a capacidade russa de financir (...) a guerra de (Vladimir) Putin".
O grupo recordou que "qualquer transação realizada em ouro está coberta pela sanções existentes".
O G7 também formulou um chamado para revisar o espaço da Rússia nas organizações internacionais, de acordo com um alto funcionário americano.
As cúpulas da OTAN e do G7 contaram com a participação do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
A Casa Branca, ao mesmo tempo, anunciou, nesta quinta-feira, que os Estados Unidos estão dispostos a receber até 100 mil ucranianos que fugiram da guerra.
Simultaneamente, o governo americano informou que desbloqueará "mais de 1 bilhão de dólares em financiamento adicional" para reforçar a ajuda humanitária à Ucrânia.
Esses recursos também serão destinados para fazer frente as consequências da guerra na Ucrânia, em particular, o aumento da insegurança alimentar a nível global.
A Casa Branca anunciou sanções massivas contra políticos, magnatas e empresas russas.
Trata-se de "sanções de bloqueio total contra mais de 400 pessoas e entidades, entre elas a Duma (Parlamento Russo) e seus membros, elites russas adicionais e empresas de defesa russa que alimentam a máquina de guerra de Putin", pontuou o comunicado.
Nesta quinta, a OTAN também renovou por um ano o mandato de Stoltenberg, que no início desse ano havia anunciado formalmente que ia assumir a presidência do Banco Central de seu país, Noruega.
Stoltenberg, economista, 62 anos, foi primeiro-ministro norueguês em duas ocasiões, anunciou que permanecerá a frente da OTAN até 30 de setembro de 2023.
A cúpula excepcional da Aliança e o encontro do G7, a maratona do dia se completa com o início de uma reunião de líderes da União Europeia (UE), da qual participarão como convidados Joe Biden e Zelensky, este último por videoconferência.
Atualmente, EUA conta com 100.000 soldados no espaço europeu, 40.000 deles sob comando direto da OTAN.