Eleição presidencial

Datafolha: Lula venceria segundo turno contra Bolsonaro, que reduz desvantagem

Pré-candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) lidera a corrida ao Palácio do Planalto com 43% de intenções de voto, seguido por Bolsonaro (Partido Liberal, PL) com 26%

Pesquisa aponta Lula e Bolsonaro no segundo turno - Ricardo Stuckert/divulgação | Isac Nóbrega/PR

Lula venceria com folga o segundo turno da eleição presidencial de outubro contra o atual presidente, Jair Bolsonaro, que reduziu sua distância, de acordo com a pesquisa do Datafolha divulgada nesta quinta-feira (24).

O pré-candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) lidera a corrida ao Palácio do Planalto com 43% de intenções de voto, seguido por Bolsonaro (Partido Liberal, PL) com 26%, segundo o instituto de pesquisas do Grupo Folha.

Em um possível segundo turno, em 30 de outubro, o ex-presidente ficaria 21 pontos à frente de Bolsonaro (55% a 34%), oito a menos do que a vantagem que tinha em dezembro.

Embora a pesquisa não seja comparável à de dezembro da Datafolha devido à mudança de metodologia, no fim do ano passado Lula aparecia com 48% dos votos e Bolsonaro com 22%, levantando a possibilidade de uma vitória no primeiro turno, em 2 de outubro.

A nova pesquisa mostrou uma consolidação da polarização entre Lula e Bolsonaro, enquanto os candidatos da chamada “terceira via” seguem sem decolar.

Empatados dentro da margem de erro, ficaram longe, em terceiro lugar, Sérgio Moro (8%) e Ciro Gomes (6%). Foram entrevistados 2.556 eleitores em 181 cidades brasileiras, em 22 e 23 de março.

Creomar de Souza, analista da consultora Dharma, explicou à AFP que a recuperação de Bolsonaro está relacionada ao fracasso da terceira via

"Com o fracasso da candidatura do Moro, muitos eleitores de direita percebem que a unica alternativa para evitar o retorno do PT ao poder é votar em Bolsonaro”, disse.

Já Adriano Laureno, analista de Política e Economia da consultora Prospectiva, apontou que a melhora da situação sanitária da pandemia fortaleceu Bolsonaro nas pesquisas.

"Bolsonaro segue sendo um candidato altamente competitivo, isso demonstra a força da máquina do setor público no Brasil. Ele tem usado a máquina de um modo bastante explícito para tentar se reeleger", afirmou.

"Tudo isso tem impacto fiscal no médio e longo prazo, mas no curto prazo traz benefícios eleitorais."