Gás russo

EUA e União Europeia assinam acordo de fornecimento de gás para reduzir dependência da Rússia

Americanos vão fornecer ao bloco europeu pelo menos 15 bilhões de metros cúbicos adicionais de GNL até o fim do ano

Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia em reunião em Bruxelas - Brendan Smialowski / AFP

Os Estados Unidos e a União Europeia (UE) anunciaram nesta sexta-feira (25) um acordo sobre fornecimento de gás natural liquefeito (GNL), em uma tentativa de reduzir a dependência da Europa da energia russa em meio à guerra na Ucrânia.

A decisão prevê que EUA forneçam à UE pelo menos 15 bilhões de metros cúbicos adicionais do combustível até o final do ano.

A Rússia é um importante fornecedor de energia da Europa e a invasão militar no país vizinho fez com que os preços alcançassem níveis recordes. O bloco europeu já deixou claro que pretende abolir o uso de gás russo, mas precisa aumentar as importações e gerar mais energia renovável para colocar o plano em prática.

O pacto ocorre durante uma visita de três dias do presidente dos EUA, Joe Biden, a Bruxelas. Biden e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, discutiram a invasão da Ucrânia pela Rússia e concordaram em oferecer mais apoio a Kiev.

Na tentativa de fortalecer a moeda russa (rublo) e dar uma resposta ao congelamento dos ativos no exterior do Banco Central russo pelos EUA e os países do bloco europeu, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou na quarta-feira (23) que exigirá que "países hostis", incluindo os da UE, paguem pelo gás russo em rublos.

Putin pediu ao Banco Central e ao governo que adotem no prazo de uma semana o novo sistema, que deve ser "claro, transparente" e implica "a aquisição de rublos no mercado cambial russo".

O anúncio teve um efeito imediato na moeda russa, que registrou valorização diante do euro e do dólar, depois da forte queda desde 24 de fevereiro, quando as forças russas invadiram a Ucrânia. O preço internacional do gás russo subiu 30%.

Putin também insinuou que outras exportações serão submetidas à mesma regra. Horas depois do anúncio do líder russo, a agência de notícias Tass citou o chefe da agência espacial Roscosmos, Dmitry Rogozin, dizendo que a agência mudará seus contratos com outros países para rublos.

No início de março, o Kremlin anunciou uma lista de 48 Estados considerados hostis, incluindo os EUA, Japão, todos os membros da UE, Suíça e Noruega. O Brasil não faz parte da lista.