Saúde

Covid-19: Moderna vai pedir autorização para vacinar bebês a partir de 6 meses

Imunizante infantil destinado a crianças de até 5 anos demonstrou resposta imune semelhante a de adultos

Vacina da Moderna contra a Covid-19 - Joseph Prezioso/AFP

Resultados provisórios apontam que duas doses da vacina da Moderna destinada a crianças de 6 meses a 5 anos oferece resposta imune semelhante a de duas doses do imunizante indicado para adultos. A formulação infantil é de 25 microgramas, ou seja, um quarto da concentração destinada a maiores de 18 anos que é de 100 microgramas. O intervalo entre as doses infantis foi de 28 dias. Diante dos resultados, a Moderna disse que buscaria autorização emergencial de sua vacina contra o coronavírus para crianças menores de 6 anos. O pedido será feito à FDA (agência reguladora americana).

Os dados mostraram "uma resposta robusta de anticorpos neutralizantes" e "um perfil de segurança favorável", de acordo com um comunicado de imprensa da empresa. A vacina não foi tão eficaz na prevenção de infecções por Covid-19 causadas pela variante Ômicron, que predominou nos EUA durante o estudo. Para crianças de 6 meses a 1 ano de idade, a eficácia foi de 43,7%. Para crianças de 2 a 5 anos, a eficácia foi de 37,5%.

Moderna disse que a eficácia mais baixa ainda era estatisticamente significativa e consistente com a forma como os adultos vacinados se saíram com a variante Ômicron, que tem maior facilidade para escapar da proteção dos imunizantes.

Os estudo clínico foi baseado em um grupo de 6.900 crianças com idades entre 6 meses e 5 anos. A maioria das reações adversas foram leves ou moderadas e foram mais frequentes após a segunda injeção. Moderna disse que nenhuma morte e nenhum caso de miocardite ou pericardite foram relatados. A miocardite é a inflamação do músculo cardíaco e a pericardite é a inflamação do revestimento do coração.

Não está claro se a FDA, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças e a população estarão dispostos a aceitar a taxa de eficácia da Moderna de cerca de 40% em média para crianças menores de 6 anos.

No mês passado, a Pfizer e a BioNTech, atrasaram a busca de autorização de emergência para sua vacina contra o coronavírus em crianças pequenas depois que dados coletados durante o surto de Ômicron mostraram que duas doses eram menos de 50% eficazes contra doenças sintomáticas, de acordo com pessoas familiarizadas com a situação.

Sabe-se que as vacinas são menos potentes contra a Ômicron em todas as faixas etárias, nem os resultados da Moderna nem da Pfizer em crianças pequenas atendem ao que muitos especialistas em vacinas consideram o padrão mínimo de eficácia contra a Covid-19. A orientação que a FDA estabeleceu inicialmente para vacinas contra o coronavírus para adultos era de pelo menos 50% de eficácia contra infecção sintomática.