Guerra na Ucrânia

Rússia diz que concentrará ofensiva no leste da Ucrânia e anuncia 1.351 baixas

Segundo autoridades russas, "os principais objetivos da primeira fase da operação foram alcançados"

Casas destruídas por bombardeios em Kharkiv em 25 de março de 2022, durante a invasão militar da Rússia lançada na Ucrânia. Ataques russos contra uma instalação médica em Kharkiv em 25 de março de 2022 mataram pelo menos quatro civis e feriram vários outr - Aris Messinis / AFP

A Rússia admitiu nesta sexta-feira (25) que concentrará seus esforços na "libertação" do leste da Ucrânia, além de reconhecer que 1.351 soldados de suas fileiras morreram desde o início da ofensiva. 

"Os principais objetivos da primeira fase da operação foram alcançados. As capacidades de combate das forças ucranianas foram significativamente reduzidas", disse o comandante adjunto do Estado-Maior das Forças Armadas russas, Sergei Rudskoy, em uma entrevista coletiva.

Os militares indicaram que isso permite "concentrar os principais esforços" para alcançar o objetivo principal, que é a libertação de Donbas, uma região no leste da Ucrânia. 

Os principais avanços da Rússia se concentraram no leste e no sul da Ucrânia, sem conquistar nenhuma grande cidade. 

Uma parte da zona ucraniana de Donbas é controlada desde 2014 por separatistas pró-Rússia

Pouco antes de lançar a ofensiva que começou em 24 de fevereiro, a Rússia reconheceu a independência desses grupos e lançou a intervenção militar, argumentando a intenção de protegê-los de um "genocídio" orquestrado pelo governo ucraniano. 

Enquanto isso, nesta sexta-feira, a Rússia reconheceu que 1.351 soldados em suas fileiras morreram desde o início de sua ofensiva militar na Ucrânia há um mês.

"Durante a operação militar especial, 1.351 militares morreram e 3.825 ficaram feridos", declarou Rudskoy.

O último balanço oficial de Moscou, publicado em 2 de março, contabilizava 498 soldados russos mortos na Ucrânia, mas Kiev afirmou que a Rússia sofreu perdas muito maiores.

Rudskoy descreveu como um "grave erro" a entrega de armas à Ucrânia por parte dos países ocidentais.

"Isso prolonga o conflito, aumenta o número de vítimas e não terá nenhuma influência no resultado da operação", afirmou o militar.

Além disso, Rudskoy afirmou que a Rússia "responderá de acordo" se a Otan instaurar uma zona de exclusão aérea na Ucrânia, um pedido reiterado por Kiev há várias semanas.

Enquanto isso, o diretor do Centro Nacional de Gestão de Defesa da Rússia, Mikhail Mizintsev, informou que a Rússia recebeu 419.736 refugiados da Ucrânia desde o início da operação.