Lula reafirma apoio a Freixo e Ceciliano no Rio e se reúne com prefeitos ligados a Bolsonaro
Foco de agenda do petista tem sido alta do preços dos combustíveis e setor de petróleo, tema estratégico da política fluminense
Em reunião fechada com lideranças do PT no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu que a chapa do partido para as eleições no estado seja formada pelo deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ), para Palácio Guanabara, e o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), André Ceciliano (PT-RJ), para o Senado.
Segundo lideranças petistas presentes no encontro, o foco para a campanha no estado será nacionalizar o debate eleitoral e um dos temas centrais será a alta dos preços dos combustíveis, assunto visto como estratégico pelo fato do Rio ser o maior produtor de petróleo e gás natural do Brasil.
Participaram do encontro partidário a presidente nacional do PT e deputada federal, Gleisi Hoffmann, além de membros do diretório fluminense do partido e cerca de 80 pré-candidatos da sigla para os cargos de deputado federal e estadual. Entre eles estavam Benedita da Silva, Lindbergh Farias, Wadih Damous e Leonel Brizola Neto.
A exigência do PT da vaga ao Senado para compor a aliança com Freixo complica o caminho da candidatura do deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ), que planeja concorrer ao Senado. Após a reunião desta segunda, Gleisi afirmou que é legítimo o pessebista fazer seus movimentos. Porém, descartou que o PSB fique com a indicação para as duas vaga majoritárias no Rio.
— Obviamente que o PT quer compor a chapa. Desde o início nós dissemos que queríamos indicar o Senado, que é a candidatura do André Ceciliano. O PSB sabe disso — disse a presidente do PT na saída da reunião.
Nos bastidores, Molon vem tentando convencer os petistas de que sua candidatura é a mais viável do campo da esquerda para disputar a cadeira de senador. Apoiado por pesquisas que mostram ele como o candidato esquerdista com mais intenções de voto, o deputado ainda acredita que poderá chegar a um consenso em torno de sua candidatura com as lideranças petistas.
Segundo o presidente estadual do PT, João Maurício, o atual acordo prevê que Lula suba apenas nos palanques de Freixo e Ceciliano. Porém, o apoio de outros candidatos que tentem se associar ao petista é bem visto pela campanha. Ele afirmou que a estratégia no Rio será nacionalizar o debate eleitoral, contrapondo os governos petistas ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus representantes no estado.
— Nós vamos fazer o debate sobre quem foi melhor para o Rio, Lula ou Bolsonaro? O que o Bolsonaro fez para o Rio, fez para a Baixada Fluminense? Nada — disse João Maurício.
Na terça-feira, Lula irá se encontrar com lideranças do setor de combustíveis e entidades como a Federação Única dos Petroleiros (FUP). A alta no preço dos combustíveis e a política de preços da Petrobras é um tema que vem sendo estrategicamente abordado pelo petista em suas manifestações públicas.
A agenda é um dos focos no giro do petista pelo Rio, estado com importante indústria de petróleo e gás. Em evento público em Niterói, no último sábado, Lula dedicou grande parte de seu discurso para criticar a política de preços adotada pela Petrobras, que regula o preço dos combustíveis no Brasil segundo a variação do mercado internacional. Ele afirmou que, caso eleito, vai “abrasileirar o preço do combustível”.
No fim da tarde, segundo publicou a revista "Veja", uma caravana de prefeitos próximos a Bolsonaro do estado do Rio chegou para um encontro com Lula no hotel onde o ex-presidente está hospedado.
Entre eles estavam representes da Baixada Fluminense, região vista como estratégica pelo seu grande colégio eleitoral. Washington Reis (MDB), prefeito de Duque de Caxias e aliado do governador Cláudio Castro (PL) foi um dos presentes no encontro.
Também esteve presente o líder do União Brasil no Rio e mandatário de Belford Roxo, Waguinho, além de Rogério Lisboa, prefeito de Nova Iguaçu.