Em um ano, 7 denúncias na Câmara e nenhum processo contra Gabriel Monteiro
Desde abril de 2021, os vereadores já tinham recebido sete representações contra Gabriel Monteiro
O Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio marcou para esta terça-feira (29) uma reunião de emergência para analisar as denúncias de assédio moral e sexual contra o vereador Gabriel Monteiro (sem partido), levadas ao ar domingo pelo “Fantástico”, da TV Globo.
Desde abril de 2021, os vereadores já tinham recebido sete representações contra o político, em sua maioria sobre como ele conduz operações de fiscalização em órgãos públicos. Até hoje, nenhuma delas gerou processos ou foi arquivada. Esse também será o primeiro encontro da comissão este ano: o último foi em dezembro, antes do recesso.
Na maior parte dos casos, os denunciantes afirmam que Monteiro foi truculento, entrando em repartições durante a noite ou de madrugada, desrespeitando funcionários e fazendo falsas acusações. As ações são mostradas nas redes sociais do vereador, que, em sua defesa, afirma que, na condição de parlamentar, só fiscaliza o Executivo.
O primeiro encontro do conselho em que o comportamento de Monteiro esteve em pauta foi em 8 de abril de 2021, na mesma sessão em que o grupo deliberou pela exclusão da comissão do então vereador Jairo dos Santos Júnior, o Doutor Jairinho, que havia sido preso junto com a então namorada, Monique Medeiros, acusado de matar o enteado Henry Borel, de 4 anos, um mês antes.
Ao contrário do que ocorreu com Monteiro, o processo contra Jairinho tramitou mais rápido. Em três meses, entre abril e junho de 2020, a comissão foi formada e aprovou o relatório, e o plenário decidiu pela perda de mandato por unanimidade.
Três representações contra Monteiro se referem a ações em duas unidades de saúde. O Conselho Regional de Medicina (Cremerj) e a Organização Social Cruz Vermelha do Rio Grande do Sul denunciaram vistorias do vereador no Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, em 6 e 11 de abril de 2020.
O Cremerj também fez outra queixa contra Monteiro em razão de uma visita que ele fez em 26 de março à unidade de tratamento de Covid-19 na Coordenadoria de Emergência Regional (CER) do Leblon. Segundo o conselho, Gabriel entrou na UTI com equipamentos sem higienização, como o celular.
Outra representação foi movida pelo Ministério Público do Rio depois de Monteiro entrar, durante a noite, em vários abrigos públicos para menores, filmando as instalações. Por conta disso, a Justiça proibiu o acesso do vereador em unidades para crianças e jovens.
A quinta denúncia partiu da Polícia Militar, que acusou Monteiro de não ter devolvido a carteira funcional depois de ter deixado a corporação, ao ser eleito para a Câmara. Ele argumenta que o documento teria sido furtado. A sexta denúncia partiu da Uerj, que se sentiu ofendida com uma entrevista na qual o político afirmou que, quando estudou na instituição, viu professores entrando em sala de aula fumando maconha.
O Ministério Público também considerou ofensiva a declaração em que Monteiro anunciou que daria uma honraria a quem matasse ou prendesse o “cidadão” responsável pela morte de um PM.