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Abramovich participa de negociações em Istambul após notícia de envenenamento

Dono do Chelsea e pelo menos dois negociadores ucranianos tiveram dor nos olhos e descamação na pele após reunião sobre a guerra no início do mês

Roman Abramovich deixou o comando do Chelsea - BEN STANSALL / AFP

O oligarca russo Roman Abramovich participou nesta terça-feira (29) de negociações sobre a guerra na Ucrânia em Istambul, um dia após a publicação pelo jornal Wall Street Journal e o site investigativo Bellingcat de que o dono do Chelsea teria sido envenenado durante uma rodada diplomática anterior, sofrendo com olhos doloridos e descamação da pele.

Imagens do encontro de hoje foram divulgadas pela agência de notícias RIA em seu canal no Telegram. Abramovich aparece conversando com o presidente da Turquia, Recep Erdogan. O empresário russo é alvo de sanções por parte do governo britânico.

Nesta terça (29), uma fonte próxima a Abramovich disse à BBC que ele já se recuperou e está focado nas reuniões sobre o conflito militar iniciado em 24 de fevereiro. Ninguém informa, porém, qual é o exato papel do empresário na tarefa. Um porta-voz de Abramovich disse anteriormente que sua influência era "limitada".

Não há pistas sobre quem estaria por trás da ação, mas Abramovich e pessoas ligadas a ele apontam para representantes da uma "linha dura" em Moscou, que queria fazer com que as negociações fracassassem logo em seus estágios iniciais. O Kremlin não comentou as alegações do Wall Street Journal, e integrantes do governo ucraniano sinalizaram que não estão convencidos de que se trataria de um ato intencional contra o oligarca.

Abramovich e e ao menos dois negociadores ucranianos tiveram sintomas compatíveis com os de envenenamento após uma reunião em Kiev, no dia 3 de março. O grupo seguiu, no dia seguinte, para Lviv, no Oeste da Ucrânia, e em seguida para Istambul. Segundo o jornal britânico Guardian, citando uma pessoa que teve contato com Abramovich, ele chegou a perder a visão por algumas horas antes de receber tratamento médico na Turquia.

Especialistas que tiveram acesso aos dados médicos e aos próprios negociadores ouvidos pelo Bellingcat, afirmam que “os sintomas parecem ser o resultado de envenenamento intencional com uma arma química não definida”.